Cultura e turismo juntos em Santa Catarina: o que está faltando?

Ziggy Marley na Praia do Campeche | Florianópolis e SC de modo geral estão fora da rota dos artistas internacionais – isso pode mudar?

Os catarinenses, via de regra, já se acostumaram a um fato incômodo, porém não menos real: os pouquíssimos shows e eventos culturais internacionais que passam pelo estado. Se há algum evento em Florianópolis já é motivo de comoção; isso, porém, é exceção, e não regra.

Existe o fator tamanho da população, naturalmente, mas esse é apenas um ponto, e não é um dos que vale a pena ser explorado porque não é algo de solução simples – envolve tempo e questões sociais e macroeconômicas.

Existem outros caminhos, porém, de incentivo à cultura, aos negócios e a tudo o que vem junto com isso em cidades como a capital, Balneário Camboriú e outras, que já são polos turísticos por outros motivos. Aliás, tem a ver justamente com esse potencial, que talvez esteja sendo subexplorado.

Atualmente, o atrativo turístico de Santa Catarina é quase que todo voltado para natureza – sejam as praias, sejam as belezas naturais do interior. Mas é possível mudar essa realidade usando algum exemplo bem sucedido? A resposta é sim. Curiosamente é possível usar os mesmos atores que exploram cassino online e plataformas de jogo para essa oportunidade.

Causas antigas, novas soluções

Não seria uma novidade inédita o Brasil voltar à rota turística que vai além da natureza ou dos negócios. Lugares como o Rio de Janeiro e diversas cidades do Nordeste têm amplo potencial para unir ambos, e o mesmo vale para Santa Catarina, que dá a impressão de não estar aproveitando todo seu potencial, embora muita gente já enxergue novas possibilidades hoje.

Uma possibilidade, porém, é tentar modificar esse pensamento, o que pode acontecer juntando a beleza natural com empreendimentos mais desenvolvidos. Isso já deu certo, por exemplo, no caso do Beto Carrero World, que aproveita o que a natureza oferece na região da Penha com um dos maiores parques temáticos do mundo, atraindo milhares de turistas todos os anos.

Para trazer um paralelo estrangeiro de sucesso: Las Vegas. A cidade que, literalmente, foi construída do zero, no meio do deserto, e há pouco mais de 100 anos (1905 oficialmente) se tornou, em poucas décadas, um marco civilizatório e cultural que perdura com força até hoje.

Mais do que atrair visitantes-consumidores para si, a cidade soube atrair grandes artistas e combinar o potencial turístico urbano com o talento artístico de nomes de primeiro escalão, começando com Frank Sinatra, passando por Elvis Presley e chegando hoje a nomes como Celine Dion, Britney Spears e tantos outros.

Com essa estratégia, Las Vegas passou a oferecer aos clientes um combo de diversão que inclui jogos, cultura, hospedagem de primeiro mundo e uma experiência imersiva que, na maioria das vezes, sequer precisa passar pela porta do hotel onde está hospedado – já que ali também estão atrações de estilo resort, ou seja, restaurantes temáticos, piscinas e muitos outros chamarizes.

Florianópolis, por sua vez, está estabelecida não no deserto, e sim num paraíso de praias e bioma de Mata Atlântica. Se os jogos, de fato, forem legalizados no Brasil, a cidade e o estado de Santa Catarina como um todo oferecem potencial ilimitado para a exploração de novas formas de negócio, incluindo resorts de nível internacional – algo que pode, finalmente, representar o grande incentivo cultural e artístico que falta na região.

Hoje o mercado brasileiro já é um diamante para empresas internacionais que operam cassinos online e sites de apostas esportivas, conglomerados que tem presença em bolsa e licenças em diversos países do mundo. Juntar natureza, cultura e lazer é uma possibilidade excelente para o turismo e ativar a indústria do entretenimento.


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