Para muita gente, windsurf é sinônimo de esporte calmo, típico de verão, ideal para quem prefere aventuras menos radicais. Mas se formos conhecer o esporte mais a fundo, veremos que ele pode ser tão radical quanto o surf. Basta escolher a prancha certa, o vento ideal e uma praia que possibilite velejar nas ondas. Depois é só juntar um pouco de traquejo e habilidade que a adrenalina vai a mil.
Como os demais esportes de época, o windsurf também teve a sua melhor fase. E isso aconteceu na década de 80, logo depois que a Rede Globo apresentou a novela "Água Viva", que mostrava, na vinheta de abertura, pranchas de um lado para o outro atravessando o oceano. Eram pranchas bem grandes, utilizadas para regatas, que passaram a ter grande procura no país, e consequentemente em Santa Catarina.
No final da década de 80 e início dos anos 90, entretanto, o windsurf sofreu um período de transição aqui no Estado. As antigas pranchas de regata começaram a ficar ultrapassadas e os poucos velejadores que restavam não se empenhavam em ir adiante. Foi quando começou a surgir as pranchas atuais, as funboard.
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Classificações
As funboard se dividem em: course racing, course slalon, slalon e wave.
Course racing - são pranchas grandes, com bolina (anda mais contra o vento), velas grandes e design antigo. Existe um tipo específico de course racing que é a prancha olímpica, categoria one design, onde todos os competidores têm a prancha igual, a vela igual, o mastro igual, enfim, tudo igual, ou seja, vence nas olimpíadas o melhor atleta.
Course Slalon e Slalon - Toda a tecnologia de ponta utilizada na confecção dos equipamentos é colocada em teste no slalon, por isso, em uma competição, não depende tanto do atleta vencer a prova, mas principalmente do equipamento utilizado. As pranchas possuem tamanhos médio e pequeno e são muito velozes, chegando a atingir uma velocidade de 80 km por hora. O percurso do course slalon é parecido com o do course racing. A disputa da competição é realizada em várias condições: a favor do vento, contra, de lado...; já no slalon o competidor deve contornar as bóias a favor do vento, atingindo o máximo de velocidade possível.
Muitos iniciantes começam a velejar com um modelo de slalon chamadogiant slalon, pelo fato da prancha ser maior, o que proporciona boa flutuação e maior equilíbrio.
Wave - se divide em saltos, manobras e surf nas ondas. São pranchas muito pequenas, indicadas para velejadores mais experientes.
Shape
Como você deve ter visto acima, existem diferenças entre o shape das pranchas e o das velas. No slalon os atletas costumam usar o máximo possível de prancha e o mínimo possível de vela para obter o menor atrito na água. Já no velejo nas ondas (wave), quanto menor o material, melhor. O importante nessa modalidade é ter força e agilidade para passar as ondas, rompê-las, realizando grandes manobras.
Onde Velejar
Santa Catarina é um dos lugares mais privilegiados para a prática de windsurf no Brasil. Especificamente Florianópolis é extremamente privilegiada, com ótimas praias, lagoas, vento forte e o ideal para velejar. O atleta Márvio Reis afirma que as melhores opções pra quem veleja com course racing ou slalonsão Lagoa da Conceição, Jurerê, Ponta das Canas e Canasvieiras, que oferecem um mar calmo. "As praias do leste também são ótimas quando as ondas não estão muito grandes", revela. Já para o velejo de wave, com vento sul, o ideal são as praias de Campeche e Moçambique, que têm boas ondas. Agora se o vento for norte ou nordeste indica as praias da Joaquina e Mole.
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Vento
Mas antes de cair nesse marzão, é bom se antenar para uns detalhes: "Quanto mais forte o vento, menor deve ser a prancha e consequentemente a vela" destaca Márvio. Essas características caem como uma luva para o velejo de wave, pois você precisa trabalhar com uma prancha pequena para ter facilidade de manobra. Para ele, a praia de Ibiraquera, no litoral sul, é ideal para praticar essa modalidade. "Tem vento muito forte e muito limpo, e uma ondulação grande e perfeita, com fundo muito plano de areia. A direção do vento também é perfeita". Já para o velejo de course racing, não há necessidade do vento ser forte. "Basta estar ventando", afirma. Agora se a intenção é velejar de slalon, recomenda um vento moderado a forte.
Segundo o atleta e diretor da escola Windcenter, - Eduardo Schultz, Florianópolis tem duas tendências, que é vento sul e nordeste. O vento nordeste predomina muito na primavera, sempre interrompido por umas frentes frias que formam o vento sul. Por isso, a Ilha de Santa Catarina caracteriza-se como um dos melhores lugares do Brasil para velejar, especialmente entre agosto e dezembro. No outono e no inverno há vento oeste, que é um vento mais frio, proveniente da Cordilheira dos Andes. Embora seja essa a pior época para se velejar aqui, Florianópolis oferece boas condições o ano todo. Para os iniciantes, Schultz dá uma dica: "O vento ideal é perpendicular a praia que se está praticando".
Equipamentos Utilizados
Vela, mastro, extensão, retranca, pé de mastro, trapézio, prancha, roupa de borracha.
O Windsurf em Santa Catarina
Santa Catarina está ficando muito bem estruturada para o windsurf. Há um grupo de velejadores que, além de estar se destacando nos campeonatos, está investindo muito no esporte aqui. Eduardo Schultz afirma que o esporte começou a deslanchar aqui no Estado por volta de 1985, ano que foi criada a Windcenter. "Tinhamos uma média de 2 atletas e hoje temos 15. Além disso, existe um projeto que estamos desenvolvendo com a ABPV (Associação Brasileira de Profissionais Velejadores), que é o campeonato Cone Sul. Este campeonato deverá integrar ainda mais Santa Catarina com os países vizinhos, tendo em vista principamente que Florianópolis é considerada a Capital do Mercosul".
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