Legado das guerras coloniais, as fortalezas são excelentes opções de passeio histórico e cultural!
As fortalezas foram construídas pelos portugueses quando as grandes nações europeias começaram a conquistar o novo mundo, o nosso continente americano. A América do Sul foi particularmente disputada por portugueses e espanhóis. levando o Reino de Portugal a investir alto na defesa de pontos estratégicos da sua parte do novo mundo.
A Ilha de Santa Catarina era um desses pontos, localizada exatamente na rota entre a Espanha e suas principais colônias na América do sul, Buenos Aires e Assunção. Nesse cenário, o conjunto de fortes da Ilha de Santa Catarina compôs à época um sistema defensivo para impedir uma provável invasão espanhola, que mais cedo ou mais tarde haveria de acontecer, como aconteceu de fato.
Atualmente esse conjunto compõe um cenário histórico cultural único, real, que está sendo recuperado, revitalizado e entregue à população para a visitação.
A maioria das visitações se dá por meio de passeios de escunas, que partem do trapiche no centro, sob a ponte Hercílio Luz, da Praia do Sambaqui ou da Praia de Canasvieiras. Neste passeio pelo mar da Baía Norte, uma verdadeira aula de história a céu aberto, você aprende sobre o papel da Ilha de Santa Catarina na ocupação do Brasil Meridional e sua influência na formação de países do Mercosul, como Argentina, Uruguai e Paraguai.
As construções mais significativas deste período são as fortalezas de Santa Cruz de Anhatomirim, de São José da Ponta Grossa e de Santo Antônio de Ratones, que formavam o triângulo defensivo da Baía Norte da Ilha de Santa Catarina. Posteriormente, foram construídos os fortes de Nossa Senhora da Conceição de Araçatuba, de Santa Bárbara da Vila, São João, Lagoa, São Francisco Xavier e São Luiz (estes quatro últimos já desaparecidos), além da Bateria de São Caetano da Ponta Grossa e do Forte Marechal Moura de Naufragados.
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Além das fortalezas da Baía Norte, os fortes de Sant´Ana do Estreito e Santa Bárbara da Vila estão abertos à visitação. Araçatuba, Naufragados e São Caetano permanecem como ruínas.
Essas fortificações são verdadeiras peças para a compreensão de como se dava a defesa armada da Vila de Nossa Senhora do Desterro. Na ilha, os portugueses planejaram e construíram a maioria delas no século XIX para se defender de ataques vindos pelo mar. Atualmente, são preservadas como Patrimônio Histórico Nacional.
Por muitos anos, o conjunto permaneceu abandonado e em ruínas. Atualmente, as fortalezas são gerenciadas pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e são os principais pontos de atração turístico-cultural da região, sendo visitadas anualmente por mais de 200 mil pessoas.
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Um pouco da história das fortalezas em Florianópolis
Século XVIII. Os portugueses queriam se consolidar na região, que era ponto estratégico para navegação e ocupação do sul do continente americano. Para isso, construíram os fortes que se tornaram o sistema defensivo para impedir a invasão espanhola nas então desconhecidas terras do Sul.
As fortalezas são o legado da época fascinante turbulenta em que o brigadeiro José da Silva Paes, engenheiro militar e primeiro governador da Capitania de Santa Catarina, toma posse (1739) e, cumprindo uma decisão real, inicia a construção da Fortaleza de Santa Cruz, em uma pequena ilha na entrada da baía norte, chamada Ilha de Anhatomirim.
Após um ano, devido ao extraordinário valor estratégico que portugueses e espanhóis davam à Ilha de Santa Catarina, tem início a construção de mais duas fortificações, a Fortaleza de Santo Antônio, em outra pequena ilha, a Raton Grande, na entrada da Baía Norte, e a Fortaleza de São José da Ponta Grossa, entre as praias de Daniela e Jurerê, na própria Ilha. Deste modo, constituiu-se um triângulo defensivo fortificado na Baía Norte da Ilha de Santa Catarina.
Em 1742 tem início a construção de uma quarta fortificação, a Fortaleza de Nossa Senhora da Conceição, localizada na Ilha de Araçatuba, com a função de guarnecer o estreito canal de entrada da Baía Sul. Esta fortaleza integra o Parque Estadual da Serra do Tabuleiro. Sua construção completaria o que Silva Paes julgava um sistema defensivo adequado para a Vila do Desterro..
Alguns historiadores afirmam que o sistema de fortificações do norte da Ilha fracassou na única defensiva em que participou. Outros, porém, com base em pesquisas recentes, atestam que sua eficiência residia exatamente no fato de nenhum inimigo ousar desafiar tal sistema defensivo sem estar à altura do desafio. Tanto é que, na única invasão que a Ilha de Santa Catarina sofreu, após a construção do sistema defensivo, ocorrida em 1777, os espanhóis estrategicamente optaram por desembarcar antes de alcanças as fortalezas. De posse de um valioso mapa da região, eles desembarcaram na Praia de Canasvieiras e executaram a invasão por terra.
Comandados por nada mais nada menos que o primeiro Vice-rei do Vice-Reino do Rio da Prata, Dom Zeballos (ou Dom Ceballos), vinham da Espanha e rumavam para Montevidéu com magnífica esquadra (mais de cem embarcações) e enorme exército (cerca de dez mil homens). A missão era importante: tomar posse do vice-reino e combater o exército português.
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No caminho de sua missão, eles passaram pelo litoral sul-brasileiro, invadiram a Ilha de Santa Catarina, renderam as fortalezas e conquistaram a Vila de Nossa Senhora do Desterro. Mais tarde, pelo Tratado de Santo Ildefonso, a Ilha de Santa Catarina seria restituída à Coroa Lusitana, no entanto, caberia ao vencido o comprometimento que "em nenhum tempo, de paz ou de guerra, em que Portugal não fosse parte, seria a Ilha aproveitada como base naval, nem mesmo transitória".
O Sistema Defensivo de Silva Paes foi incrementado, nas décadas seguintes, com a construção do Forte de São Francisco, na Praia de Fora, e a Fortaleza de Santana, na ponta da Ilha, mais próxima do continente, onde viria a ser construída a Ponte Hercílio Luz. Foi instalada também, quase ao lado do Forte de São José da Ponta Grossa, a Bateria de São Caetano e começado o Forte de São Luiz, no final da Praia de Fora.
Em alguma data anterior a 1786, é levantada a Fortaleza de Nossa Senhora da Conceição da Lagoa, cujo local exato de construção é desconhecido, porque de tal edificação não restou qualquer ruína.
Visitação: As fortalezas de Anhatomirim, São José da Ponta Grossa e Ratones estão novamente com visitação aberta ao público. As visitações estavam temporariamente suspensas por falta de recursos financeiros para mantê-las funcionando, segundo a UFSC, responsável pela manutenção dos fortes. Para saber detalhes, clique na fortaleza desejada logo abaixo.
Quem pode ajudar:
- Empresas de Passeios de Escunas
- Empresas de Passeios e Aluguel de Lanchas
- Empresas de Passeios Turísticos
Apoio de pesquisa: Projeto Fortalezas Multimídia.