Jurerê Tradicional - Bairro de Florianópolis
Região: Norte da Ilha
Bairros próximos: Canasvieiras (3 km) | Jurerê Internacional (1,5 km)
Praias próximas: Praia de Jurerê Tradicional | Praia de Jurerê Internacional | Praia de Canasvieiras
Distâncias: Centro e Rodoviária 27 km | Aeroporto 36 km
Encontre também: esportes náuticos, passeios de barco, vida noturna
Jurerê Tradicional é um bairro nobre de Florianópolis, localizado no norte da Ilha de Santa Catarina, a 24 km do Centro, entre os bairros de Canasvieiras e Jurerê Internacional.
Reduto dos moradores mais antigos da região, possui uma agradável infraestrutura urbana, com vias largas e pavimentadas, escolas, posto de saúde, centro comunitário e igrejas, além de uma ampla área residencial, que mescla casas com arquitetura humilde a prédios e residências de alto padrão.
O comércio é bastante variado, e em sua maior parte concentrado ao longo das principais vias do bairro: a Rodovia Jornalista Maurício Sirotsky Sobrinho (SC-404), a Alameda César Nascimento e a Rua Jurerê Tradicional.
Nele, é possível encontrar quase tudo. Conta com uma grande unidade da rede de Supermercados Imperatriz e diversos mercadinhos que vendem hortifrutigranjeiros produzidos na região.
Aos sábados, na esquina das ruas Jorge Cherem com a César Nascimento, tem até feira livre com produtos frescos direto do produtor. Ainda na SC-404, está o único posto de combustível do bairro, além de farmácias, padaria e comércio em geral.
A rede de serviços também é bastante ampla, com salões de beleza, academias de ginástica, escola de mergulho, diversos consultórios e uma clínica médica.
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Atividades náuticas em Jurerê
Para os amantes do mar e dos esportes náuticos, Jurerê Tradicional possui uma das melhores raias para a prática de esportes à vela, com mar calmo, onde, quase sempre, sopram ventos dos quadrantes norte e nordeste.
No canto direito da praia, há três boas marinas com poitas, tratores e reboques, além de garagens e pátios secos para a guarda de embarcações de vários tamanhos, trapiche, restaurante e estacionamento para veículos.
Todos os anos, no mês de maio, as ruas do bairro são tomadas pelos participantes do maior evento de triathlon da América Latina, o Ironman. Diariamente, nas manhãs e tardes que antecedem o evento, é frequente cruzar com ciclistas e corredores do mundo todo, treinando nas ruas do bairro.
Há movimento em Jurerê o ano todo. Na esquina da Maurício Sirotsky Sobrinho com a César Nascimento, existe um conjunto de pequenos bares e restaurantes, apelidado pelos moradores de Baixo Jurerê, onde concentra a badalação.
Para os que curtem música eletrônica, em junho, durante um fim de semana, Jurerê Tradicional é o point de uma das melhores festas do país, a Winter Play, embalada ao som dos melhores DJs nacionais e internacionais.
Mas é no verão que as casas noturnas e restaurantes de Jurerê Tradicional promovem eventos de grande porte, trazendo DJs renomados e grandes shows com artistas nacionais e internacionais, com muita champanhe, gente bonita e várias celebridades.
A Praia de Jurerê Tradicional é uma praia comprida, com aproximadamente 3,5 km de extensão (contando com a parte da praia que faz parte de Jurer~e Internacional). Suas águas calmas são muito procuradas por famílias com crianças pequenas e idosos. A faixa de areia varia conforme a época do ano, com maior largura no lado de Jurerê Internacional. Inclusive, é nesta parte da praia que encontram-se algumas áreas para a prática de esportes.
Em toda orla existem bares e restaurantes, que servem petiscos e bebidas na areia. Para os que procuram uma comida mais elaborada, Jurerê Tradicional tem excelentes restaurantes de culinária regional com base em frutos do mar, ou de gastronomia variada, indo de comida japonesa a carnes especiais.
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História
O nome de Jurerê Tradicional remete ao passado. “Jurerê” supostamente vem de “Y-Jurerê Mirim”, que em tupi-guarani significaria “pequena boca d’água”. Essa “pequena boca” é o pedacinho de mar que separa a Ilha e o Continente, hoje conectado pelas pontes. Já o “Tradicional” vem do fato de que é essa a porção de Jurerê a preservar as antigas características culturais da região.
No entanto, essa denominação é recente e está relacionada ao desenvolvimento urbano de Jurerê. Alguns dos moradores mais antigos do bairro ainda referem-se a ele como “Caldeirão”, nome que aparentemente não tem qualquer motivação específica. Já os manezinhos de outras localidades costumavam chamá-lo apenas de Praia do Forte, devido à presença da Fortaleza de São José da Ponta Grossa.
Os registros mais antigos a respeito da história da região existem justamente por conta do sistema defensivo da Ilha de Santa Catarina. Era através da área que hoje corresponde a Jurerê que passava a estrada que ligava a fortificação até a vila de Canasvieiras. Em uma planta datada do fim do século XVIII, inclusive, a praia que banha o bairro aparecia com o nome de São Francisco de Paula.
As poucas famílias que passaram a viver em Jurerê tinham o mar como a sua principal fonte de renda, mas também praticavam a agricultura. Havia uma grande quantidade de terras de uso comum, onde os moradores podiam criar algumas cabeças de gado, estabelecer engenhos ou retirar lenha para uso doméstico e madeira para a construção de casas e pequenas embarcações.
Em termos culturais, predominavam as brincadeiras com o boi: acontecia o Boi de Pano, a Farra do Boi e o Boi de Mamão. Havia também a dança do Pau de Fita e celebrações como o Terno de Reis e a Festa do Divino Espírito Santo. Ao fim das temporadas de pesca e das colheitas eram promovidos bailes, sendo que alguns moradores também promoviam bailes em suas casas.
A construção da Ponte Hercílio Luz, no início do século XX, foi um marco para o desenvolvimento da cidade. No entanto, para que a obra pudesse sair do papel, foi necessária a desapropriação dos terrenos ao redor da cabeceira insular. Como forma de compensação, o governo ofereceu ao proprietário delas, o senhor Antônio Amaro, boa parte das terras comunais utilizadas pelos moradores de Jurerê.
Amaro aceitou a proposta, mas nunca recebeu a escritura definitiva de suas novas propriedades. Ainda assim, demarcou e cercou os terrenos, construiu engenhos de farinha e permitiu que os moradores continuassem a desenvolver suas atividades de subsistência na área. Com o passar do tempo, essas pessoas começaram a se referir aos terrenos como “Campos de Antônio Amaro”.
Com a morte do proprietário, sua viúva teve de entrar na justiça para comprovar a posse das terras. Para tanto, contratou o advogado Osvaldo Bulcão Viana. O impasse só teve desfecho no ano de 1935, quando Aderbal Ramos da Silva, famoso político local, conseguiu comprar as propriedades. Nessa época, Aderbal Ramos - que viria a se tornar governador de Santa Catarina - era diretor da recém-criada Imobiliária Jurerê.
O principal empreendimento da imobiliária era um loteamento com o mesmo nome, Jurerê. No entanto, a influência do político era tamanha que mesmo as áreas vizinhas passaram por transformações: no espaço que hoje corresponde a Jurerê Tradicional foi construído o condomínio Praia do Forte. Também foi para ali que muitos dos antigos habitantes dos Campos de Antônio Amaro se mudaram durante o processo de criação do loteamento Jurerê.
No ano de 1978, o Grupo Habitasul adquiriu as terras da imobiliária Jurerê. Dois anos mais tarde, a empresa entregou sua primeira construção, o Jurerê Praia Hotel, que viria a representar o limite físico entre Jurerê Tradicional e Jurerê Internacional. Com a entrega do loteamento Jurerê Internacional, essa porção do balneário passou por um desenvolvimento acelerado e a região vizinha, Jurerê Tradicional, sentiu seus reflexos.
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