São João do Rio Vermelho - Bairro de Florianópolis
Região: Leste da Ilha
Bairros próximos: Ingleses do Rio Vermelho (7,5 km) | Barra da Lagoa (11 km)
Praias próximas: Praia do Moçambique | Praia do Santinho | Praia da Barra da Lagoa
Distâncias: Centro e Rodoviária 29 km | Aeroporto 32 km
Encontre também: surf, trilha, dunas, parque florestal, lagoa, pescaria
![Localização Praia do Moçambique](https://guiafloripa.com.br/wp-content/uploads/2020/05/mapmocam.gif)
O bairro São João do Rio Vermelho está localizado no leste da Ilha de Santa Catarina, entre os bairros da Barra da Lagoa e Ingleses. Distante aproximadamente 31 km do centro de Florianópolis, o Rio Vermelho, como é mais conhecido pela população local, é um bairro ainda com características predominantemente rurais.
Com uma área de 31,68 km² e uma população estimada em mais de 14.000 habitantes, as casas estão concentradas ao longo da Rodovia João Gualberto Soares e em mais de 100 servidões, muitas delas construídas de forma ilegal.
O bairro, que outrora se concentrava próximo à igreja e ao cemitério da região, na localidade chamada de Freguesia, atualmente se expandiu e contempla outras localidades como o Travessão, o Muquém, Porto, Moçambique e o Parque Florestal do Rio Vermelho.
![São João do Rio Vermelho](https://guiafloripa.com.br/wp-content/uploads/2010/07/rio-vermelho-600-4-600x400.jpg)
A freguesia é a parte do bairro ao longo da Rodovia João Gualberto Soares e abriga o núcleo mais antigo de moradores. Já as localidades do Travessão e de Muquém, ambas ao norte, são mais recentes e, em parte, fruto de invasões, loteamentos regulares e clandestinos.
As localidades do Porto e do Parque Florestal do Rio Vermelho estão próximas à parte sul do bairro. O Porto abriga um pequeno núcleo de moradores e se estende até a entrada da Praia do Moçambique. Já o Parque Florestal do Rio Vermelho é uma área de preservação permanente com mais de 1100 hectares de extensão, sendo formado por uma floresta de pinus que protege uma extensa restinga litorânea e que une o Morro das Aranhas até a Barra da Lagoa, formando uma diversidade de sistemas: áreas alagadas com vegetação de mangue, maciços de vegetação nativa, dunas móveis, florestas exóticas e dunas fixas.
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No lado externo do Parque Florestal do Rio Vermelho, virada para o oceano atlântico, fica a Praia do Moçambique, também conhecida como Praia Grande. São 13.500 metros de areia branca e fina e mar grosso, que vai desde a Barra da Lagoa até a Ponta das Aranhas, sendo a maior praia em extensão na Ilha de Santa Catarina.
![Praia do Moçambique e a Lagoa da Conceição ao fundo](https://guiafloripa.com.br/wp-content/uploads/2019/12/praia-do-mocambique-600x400.jpg)
São João do Rio Vermelho, por estar distante do Centro, não teve um desenvolvimento consistente ao longo tempo. Possui apenas um hotel e algumas pousadas. Seu comércio é modesto, voltado às necessidades locais, com alguns restaurantes ao longo da via principal. Mas é essa mesma distância que fez com que o bairro ainda mantenha suas características culturais, principalmente o modo de falar.
História
O nome de São João Batista do Rio Vermelho é uma homenagem ao padroeiro da região e também uma referência ao rio que nasce nos montes de areia do bairro e que separava as plantações da praia. Os moradores perceberam que esse rio assumia uma coloração avermelhada em alguns pontos de sua extensão, o que imaginavam acontecer devido à composição da terra. De fato, constatou-se, mais tarde, a presença de carbureto no solo.
Assim como boa parte da Ilha de Santa Catarina, o Rio Vermelho costumava ser habitado por diversas populações indígenas, sobretudo pelos carijós. Registros dão a entender que a presença da tribo era bastante expressiva na área que hoje corresponde ao bairro, já que uma quantidade razoável de artefatos e conjuntos de ossadas foram encontrados ao longo da praia de Moçambique.
![Igreja de São João Batista](https://guiafloripa.com.br/wp-content/uploads/2010/07/rio-vermelho-600-3-600x400.jpg)
A partir de 1748, o Rio Vermelho passou a ser ocupado por descendentes dos casais de açorianos e madeirenses que fundaram o povoado de Nossa Senhora da Conceição da Lagoa. De início, as casas foram construídas próximas aos rios por uma questão de praticidade. Com a construção da Igreja de São João Batista, em 1750, o crescimento do povoado procurou levá-la como referência também.
As principais atividades econômicas desenvolvidas na região eram a agricultura e a pecuária. Plantava-se milho, café, mandioca e a cana-de-açúcar; produzia-se leite. Todo o excedente dessa produção era comercializado no Mercado Público. Além disso, havia uma boa quantidade de engenhos e alguma produção de renda de bilro e de cerâmica. A pesca era apenas um complemento econômico.
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Em termos socioculturais, a comunidade era extremamente envolvida com as atividades promovidas pela igreja. Todos se conheciam e participavam das missas, das novenas e das festividades, sendo que as celebrações mais importantes eram a procissão da Festa de São João Batista e a Festa do Divino Espírito Santo. Segundo relatos, também aconteciam bailes e a Farra do Boi.
Esse cenário bucólico passou por transformações na década de 1930 com a introdução da pesca embarcada. As casas passaram a se concentrar na estrada principal do povoado, o contato com outras comunidades da Ilha se intensificou e mesmo os materiais usados nas construções passaram a ser outros. Aqueles que iam trabalhar em Santos ou no Rio Grande do Sul passaram a ter a possibilidade de adquirir terrenos, o que ocasionou um processo de comercialização.
Na década de 1960, Florianópolis passou por uma grande reforma urbana e isso fez com que novos moradores e muitos turistas descobrissem cidade. Bairros como Canasvieiras, Ingleses e Lagoa da Conceição explodiram consideravelmente tanto em termos populacionais quanto em trânsito de visitantes, o que fez com o que Rio Vermelho, vizinho “tímido” dos três, também sentisse as consequências desse crescimento.
![Praia do Moçambique](https://guiafloripa.com.br/wp-content/uploads/2020/01/praia-do-mocambique-verao-600x400.jpg)
Contudo, foi só na década de 1980 que o Rio Vermelho se integrou de vez ao conjunto urbano da capital. Com o asfaltamento da Rodovia João Gualberto Soares, o acesso ao bairro ficou mais fácil e isso permitiu que os turistas finalmente conhecessem os encantos do bairro. Nos anos 1990, um grande número de pessoas mudou-se para o Rio Vermelho por conta dos baixos preços dos imóveis e dos terrenos.
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