Victor Meirelles de Lima nasceu em 18 de agosto de 1832, na Vila de Nossa Senhora do Desterro, hoje Florianópolis. Começou a manifestar o gosto pelo desenho ainda na infância, o que chamou a atenção de seus pais e os levou a buscarem um professor de desenho para orientá-lo. Assim, em 1845, Mariano Moreno tornou-se uma espécie de mestre para Meirelles, passando-lhe lições que o acompanhariam por toda a vida.
Seu talento chamou a atenção de Jerônimo Coelho, que o recomendou para a Academia Imperial de Belas Artes, sediada no Rio de Janeiro. Lá, ficou sob a orientação do professor Félix Emile Taunay, ex-aluno de Jean-Baptiste Debret., pintor, desenhista e professor francês fundador da Academia Imperial. Mais tarde, estudou pintura histórica com o diretor da academia, Manuel de Araújo Porto Alegre, que o recomendou para uma bolsa de estudos na Europa.
Tinha apenas 21 anos de idade quando chegou à Itália, onde permaneceu por três anos. Depois partiu em direção à França, onde residiu por mais cinco. Foi durante sua experiência francesa - marcada pelo contato com os artistas plásticos românticos e por diversas visitas ao Museu do Louvre – que Victor Meirelles estudou a carta de Pero Vaz de Caminha e elaborou “A Primeira Missa no Brasil” (1861).
De volta ao Brasil, o pintor tornou-se professor de paisagem na Academia Imperial de Belas Artes. Sua produção, no entanto, continuou focada em temáticas históricas, na intenção de construir uma memória nacional e afirmar o império brasileiro. Algumas das obras desse período são “Moema” (1866), “Passagem do Humaitá” (1869), “Combate Naval de Riachuelo” e “Batalha dos Guararapes” (1879).
Em 1883, Victor Meirelles retornou à Europa, onde pintou uma nova versão de “Combate Naval de Riachuelo” e “Panorama do Rio de Janeiro”, com o auxílio de Henri Langerock. Esta última obra foi exibida na Exposição Universal de 1889, que comemorava o centenário da Revolução Francesa e para a qual a Torre Eiffel foi especialmente construída.
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Quando retornou ao Brasil, o artista exibiu seu primeiro panorama no Rio de Janeiro e produziu outras pinturas no mesmo estilo, entre elas o “Panorama da Entrada das Forças Legais” e o “Panorama do Descobrimento do Brasil”. Porém, com a Proclamação da República, Victor Meirelles foi demitido da Academia Imperial, que logo foi substituída pela Escola Nacional de Belas Artes.
Com seu nome caindo no ostracismo, Meirelles passou a viver em verdadeira miséria. Morreu em um domingo de carnaval, no dia 22 de fevereiro de 1903, aos 70 anos. Muitas de suas obras se perderam ou foram seriamente danificadas, uma vez que não interessava à recém-instaurada república manter vínculos com a monarquia ou com qualquer coisa relacionada a ela.
A casa em que Victor Meirelles nasceu, localizada no centro de Florianópolis, foi tombada em 1950 e hoje abriga um museu que conserva parte considerável das obras que restaram. Entre pinturas, aquarelas e estudos, são cerca de setenta peças em exposição no segundo andar. Além disso, exposições temporárias de outros artistas podem ser visitadas no primeiro piso.
Conheça o Museu Victor Meirelles.