O Ecomuseu é uma propriedade rural, com um estilo bastante simples e rudimentar, sem energia elétrica, sem instalações sanitárias, sem água encanada, se enquadrando na perspectiva de guardar os indicativos de uma cultura singular da Ilha de Santa Catarina, com um ecossistema ecológico e cultural.
Nessa propriedade é dado destaque ao homem açoriano, que se dedicava boa parte da vida ao cultivo de culturas, como a cana de açúcar, milho, mandioca e o trigo. E, procurando dar melhor tecnologia à produção da farinha de mandioca, criou uma forma de mecanização para melhorar o processo. Buscou então uma nova forma, inventando o engenho de farinha de mandioca, um instrumento rústico que utiliza a força motriz do gado bovino para auxiliar na produção da farinha. Maquinaria que é conservada até hoje no local.
A Fundação
O Ecomuseu do Ribeirão da Ilha foi criado em 01 de julho de 1971, por iniciativa do Professor Nereu do Vale Pereira com a colaboração do Departamento de Sociologia da Ufsc e da comunidade local. Em 1974, o museu passou por reformas, por meio de um convênio assinado com a Prefeitura Municipal de Florianópolis, sendo instalado um Engenho de Farinha de Mandioca, marco da cultura açoriana.
A partir de então, o Museu passou a receber mais destaque do povo do estado, principalmente, pelo objetivo de expressar todo o processo da atividade rural e da vida do povo açoriano em Santa Catarina. Com isso, o local passou a ter uma visitação expressiva, recebendo convidados ilustres como professores da Universidade dos Açores, além de inúmeros outros professores de universidades estrangeiras, afirmando a importância cultural do Museu.
O museu foi instituído, e vem atuando, como forma de suporte para que a comunidade preserve seus valores históricos culturais e através desse procedimento encontre apoio para se desenvolver socialmente. Atualmente o Ecomuseu tem a preocupação de dar prioridade no atendimento de escolas e seus professores, o que tem ocorrido com bastante frequência, uma vez que nos currículos escolares do ensino fundamental o Estado estabelece a colonização açoriana como conteúdo indispensável. A iniciativa tem alcançado bons resultados. Desde o seu início em 1971 o local já registra a visitação de mais de cinquenta mil pessoas.
Acervo - Principais Peças
O Ecomuseu possui um acervo bastante diversificado. Primeiramente pelo ecossistema presente ao redor da propriedade, que contém uma arborização repleta de plantas nativas catalogadas, algumas muito raras e quase extintas. Além disso, o museu possui um acervo com mais de mil peças, entre alfaias e objetos de vários tamanhos, formas, fins e utilidades. Porém, todas dizem respeito ao povo açoriano do sul da ilha de Santa Catarina.
Dentre as peças de maior importância temática destacamos: uma mó de moinho, feito com pedra de basalto e de lavas vulcânicas da Ilha do Pico Açores, um baú de viagem e um oratório, todos trazidos pelo primeiro morador do terreno, José Lino Vieira, originário da Ilha do Pico. O acervo ainda contém um presépio artesanal de 1813, montado principalmente com produtos naturais mumificados, um Tear artesanal, utensílios de barro e cerâmica, gramofones, toca-discos e outras antiguidades da cultura açoriana. Trata-se, no geral, de um acervo dos mais significativos e identificador de uma cultura e povo pouco conhecido por brasileiros de outras regiões do país.
Endereço, Visitação e Contato
Ecomuseu do Ribeirão da Ilha - Rod. Baldicero Filomeno, 10106 – Ribeirão da Ilha.
De segunda a sexta das 9h às 12h e das 14h às 17h. Visitas guiadas podem ser agendadas, com turmas ou individuais.
(48) 3237-8148 , ecomuseuribeirao@gmail.com ou no site.