Santo Antônio de Lisboa – Bairro de Florianópolis
Região: Norte da Ilha
Bairros próximos: Sambaqui (2,5 km) | Cacupé (3,4 km)
Praias próximas: Santo Antônio de Lisboa | Sambaqui | Cacupé
Distâncias: Centro e Rodoviária 18 km | Aeroporto 28 km
Encontre também: esportes náuticos, maricultura, arquitetura colonial, via gastronômica
Santo Antônio de Lisboa está localizado no norte da Ilha de Santa Catarina, a 15,9 km do centro da cidade, entre os bairros Cacupé e Sambaqui.
O bairro ocupa uma área de aproximadamente 22,45 km² de extensão e abriga uma população residente em torno de 1.653 pessoas.
Grande parte da malha urbana está concentrada ao longo das duas principais vias, a rua Padre Lourenço Rodrigues de Andrade, que conecta o bairro à Rodovia SC 401, e a rua Gilson da Costa Xavier, que parte do centro histórico e serve de acesso ao bairro Sambaqui.
Da praia, é possível admirar a Baía Norte, os bairros do continente e a famosa Ponte Hercílio Luz. Tudo isso regado aos dourados raios do entardecer, emoldurado pelo sol que se esconde entre a silhueta de barcos e dos morros no horizonte.
No centro histórico, entre as praças Roldão da Rocha Pires e Getúlio Vargas estão as principais atrações turísticas não-naturais do bairro, como a Igreja de Santo Antônio, o antigo Posto da Alfândega, casa onde se hospedou Dom Pedro II, e a primeira rua calçada do Estado de Santa Catarina.
O comércio no bairro é limitado, basicamente focado nas necessidades dos seus moradores, com mercadinhos, padarias, peixarias, posto de gasolina, farmácias, entre outros. Contudo, são as lojas de artesanato e artigos da cultura açoriana, como a Casa Açoriana e Tramoias Ilhoas, que chamam a atenção de quem visita o bairro.
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Ao contrário da maioria dos bairros em Florianópolis, Santo Antônio de Lisboa não sofreu impactos relevantes causados pela expansão imobiliária nas últimas décadas e continua a manter o seu ar pacato e charmoso, de vila colonial. A maior parte das suas ruas são pavimentadas e no bairro não existem prédios. A região é atendida por cinco linhas de ônibus, sendo uma executiva (2124) e quatro convencionais (310, 331, 332 e 365).
Na SC-401, à margem da rodovia no sentido em direção às praias do norte da Ilha, está localizado o Corporate Park, centro empresarial que abriga desde empresas de tecnologia, agências de propaganda, um moderno espaço para eventos até o único cinema da região, o Paradigma Cine Arte. Na entrada de Santo Antônio de Lisboa existem também uma universidade e um colégio particular, além de um posto de saúde, uma escola básica, um NEI, uma creche e o terminal de transporte público Tisan (Terminal de Integração de Santo Antônio de Lisboa).
Entretanto, é na beleza natural e no turismo que o bairro se destaca. Ao longo da orla, há diversas opções gastronômicas para todos os gostos. São bares e restaurantes consagrados na região, como o Freguesia Oyster Bar, o Chão Batido e o Bate Ponto, só para citar alguns, que com seus decks e varandas debruçados sobre a praia oferecem, além daquela cervejinha gelada ou da caipirinha feita com cachaça da região, pratos e petiscos elaborados com ostras, mariscos e diversos tipos de frutos do mar.
História de Santo Antônio de Lisboa
O nome de Santo Antônio de Lisboa é uma homenagem ao monge da Ordem Franciscana que nasceu em Portugal e foi canonizado pelo Papa Gregório IX. Contudo, nem sempre o bairro foi conhecido dessa forma: ao longo de sua história ele já foi chamado de Nossa Senhora das Necessidades, apenas Necessidades, Necessidades da Praia Comprida, Rerituba ou simplesmente Santo Antônio.
Santo Antônio de Lisboa é uma das freguesias mais antigas da Ilha de Santa Catarina, tendo recebido seus primeiros habitantes ainda no século XVII, quando luso-brasileiros vindos de São Francisco do Sul se instalaram na região. Entretanto, sua fundação oficial só aconteceu em 1714, quando o sargento-mor Manoel Manso de Avelar se mudou para o local com sua família e construiu um entreposto para possibilitar o comércio marítimo.
A partir de 1748, a Ilha passou a receber casais de açorianos que tinham como missão o povoamento do território. Santo Antônio foi uma das regiões que menos recebeu imigrantes, mas foi elevada à categoria de freguesia na mesma época. A Igreja de Nossa Senhora das Necessidades foi construída na década de 1750 e não demorou a se transformar na principal referência para o crescimento do povoado.
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Os moradores de Santo Antônio de Lisboa construíam suas casas à mão, com pau a pique barreado. Dividiam-se entre a pesca, a criação de gado e a agricultura, produzindo gêneros alimentícios como mandioca, cana, amendoim, milho e café. Com a construção de engenhos, também passaram a produzir farinha, açúcar, melado e aguardente. Além disso, teciam suas próprias vestes com linho de algodão.
A vida cultural e social da freguesia era intensa: todos participavam de folguedos como o Boi de Mamão, a Dança da Ratoeira, o Terno de Reis e a dança do Pau de Fita. Casamentos, batizados e até mesmo novenas serviam de pretexto para grandes bailes. Mas também se envolviam profundamente com as celebrações religiosas, especialmente com a Festa do Divino Espírito Santo, a Festa da Cruz e, como não poderia deixar de ser, a Festa de Santo Antônio.
Santo Antônio de Lisboa conheceu seu apogeu no século XIX. A região norte tornou-se a grande produtora agrícola da Ilha de Santa Catarina, e o escoadouro natural dessa produção era o porto instalado na freguesia. Sua importância era tão grande que, em 1845, o imperador Dom Pedro II desembarcou em Santo Antônio para uma visita. Como símbolo de status, a primeira rua a ser calçada em Desterro foi a que se encontrava ao lado do prédio em que o imperador ficou hospedado; tanto o calçamento quanto o prédio existem até hoje.
No entanto, o século XX não foi tão gentil assim com a freguesia. Florianópolis recebeu grandes investimentos em infraestrutura, como o sistema de abastecimento de água, a instalação da rede de iluminação pública e a abertura de estradas. Mas, o principal marco desse período foi, definitivamente, a construção da Ponte Hercílio Luz. Ela facilitou o contato entre a ilha e o continente, ocasionando o eventual declínio das atividades portuárias na região.
Como se não bastasse, em 1943, o interventor federal em Santa Catarina, Nereu Ramos, decretou que a vila passaria a se chamar Rerituba, cujo significado em tupi-guarani é algo como “abundância de ostras”. O novo nome não fez o menor sucesso entre os moradores e, cinco anos mais tarde, o deputado Pedro Lopes Vieira conseguiu fazer com que o distrito recuperasse sua designação anterior.
Por conta da construção da SC-401, na década de 1970, os turistas passaram a conhecer as belezas de praias como Canasvieiras e Ingleses, o que fez com que Santo Antônio e seus bairros vizinhos ficassem em segundo plano. Essa situação só foi contornada nas décadas de 1980 e 1990, quando ocorreu um movimento de valorização da cultura açoriana em Florianópolis.
Vídeo de Santo Antônio de Lisboa
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