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Ariovaldo
Bolzan, engenheiro químico, professor doutor em
Controle de Processos, diretor do Centro Tecnológico
(UFSC), membro do capítulo Ciência e Tecnologia
da Agenda 21 Catarinense.
O assunto principal é desenvolvimento científico
e tecnológico.
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Como
está a organização da Agenda 21?
A Agenda 21 abrange vários assuntos e a Universidade Federal
foi convidada pelo governo do Estado para coordenar o assunto de
Ciência e Tecnologia. Nós aceitamos o desafio e solicitamos
a colaboração de uma pessoa experiente na área,
que é a professora Sueli Andrade. O trabalho está
sendo feito no sentido de ouvir a comunidade e organizar reuniões.
(…) São várias pessoas que estão nesse
processo, coordenado pela profa. Sueli, no sentido de ouvir, realmente,
o que a sociedade catarinense pensa a respeito da Ciência
e Tecnologia para o desenvolvimento sustentável.
E
aqui dentro da UFSC? A UFSC está elaborando uma agenda local,
uma agenda interna?
O nosso trabalho, obviamente, é um trabalho baseado na UFSC,
então, a maioria das pessoas são da UFSC. (…)
É um trabalho de muita paciência, também de
ouvir bastante, de elaborar... Até agora o grande mérito
é da Prof. Sueli; porque eu, realmente, não consegui
participar das coisas; por causa da greve. Para quem administra
a Universidade, é um momento muito complicado, demanda muito
da gente, muitas reuniões, enfim… Eu tenho acompanhado
o trabalho que está evoluindo para elaboração
de documentos. Foi feito todo o trabalho de estratégia, de
abordagem, de se conseguir parceiros, e tem se conseguido um belo
trabalho.
Como
o Sr. analisa a visibilidade da ciência e tecnologia para
o cidadão comum?
A ciência, a tecnologia e a inovação são
três eixos em um só sentido. A ciência, em particular,
tem um potencial de visibilidade muito pequeno na sociedade. Porque
as pessoas, os chamados cientistas, constróem conhecimento
na área científica, desenvolvem a ciência e
muito do que se faz demora anos para que possa gerar tecnologia
e, às vezes, geram a tecnologia, mas não vão
fazer parte de um processo de inovação. E o que a
sociedade mais percebe é a inovação. Ou seja,
a inovação é a construção da
ciência e tecnologia que se tornou visível para a sociedade.
O cidadão percebe que a vida dele vai melhorar ou que ele
vai ter um ganho na hora que algum processo transformou ciência
e tecnologia em tecnologia e inovação.
Tem
certas coisas que ficam menos visíveis…
É. Vamos pegar a energia elétrica, por exemplo. Nós
temos um exemplo claro de como a coisa pode ser transparente ou
como ela pode ser muito visível para a sociedade: a falta
de energia. Da energia se percebe muito mais a falta dela do que
a disponibilidade dela. Então, nos últimos 15 ou 20
anos como raramente faltava energia, você podia comprar o
aparelho que quisesse, colocar na tomada e funcionava, não
tinha problema nenhum. Então, todo o desenvolvimento da ciência
na área de energia hidrelétrica, no caso que era a
que predominava no Brasil, o cidadão não percebia.
Quando que o cidadão começou a perceber que energia
era uma coisa importante para ele? Quando veio a ameaça de
ter os apagões, vamos dizer assim. Então aí
se discutiu que não houve planejamento, que não houve
investimento, embora haja energia, haja tecnologia para energia
elétrica, eólica, solar...
Biomassa…
Biomassa e até a nuclear. Há muita energia disponível.
O País não conseguiu, através de seus planejadores,
se preparar para o aumento de consumo… foi o que aconteceu
e que fez com que, associado a uma estiagem prolongada, os nossos
depósitos de energia, ou seja, os lagos das hidroelétricas
tivessem que ser esvaziados para gerar energia na época de
crise.
Aí
a gente vai entrar num problema que, me parece, um problema persistente:
uma política descontínua de investimentos desde o
nível federal até o nível estadual.
Lógico, nós passamos por isso. Alguns estados, não
muitos, como São Paulo que tem a FAPESP, conseguem suprir
a deficiência federal facilmente. A FAPESP tem uma ação
pró-ativa, não é só passiva, ela induz
os investimentos. Para fazer a pesquisa do mapeamento genético
do amarelinho, ela não fez um edital aberto de genética
e alguém disse: "Nós vamos fazer a pesquisa".
Não, ela falou: "Eu quero saber quem pode fazer a pesquisa
do amarelinho", pesquisou, fez um consórcio e financiou.
Os benefícios que isso possa ter para a sociedade ainda não
são sentidos nesse momento. Bom, a ciência vai fazer
o mapeamento genético do amarelinho... Tudo bem, e daí?
Vai ter um monte de números, um monte de tabelas, e daí?
Alguém vai ter que transformar esse conhecimento, vai ter
que se descobrir como, a partir do conhecimento gerado, pode-se
evitar doenças e tal. Na hora que evitar doenças,
então, você vai ter a inovação. Há
que se citar que a FAPESP funciona muito bem e entre a sua criação
e a sua efetiva operação passaram-se mais de dez anos.
Então, não estou em absoluto defendendo ninguém
nem criticando ninguém, só estou registrando um fato
histórico.
Aqui,
em Santa Catarina, nós temos uma dotação orçamentária
estadual que não é repassada…
Então, por que isso? Porque, quando você cria uma nova
despesa dentro do orçamento público, cria-se uma mudança
de destino do dinheiro. Se você tinha 100% de dinheiro arrecadado
para fazer um conjunto de coisas, agora você já não
tem mais 100%, você só tem 98% para fazer aquelas mesmas
coisas, você vai ter que deixar de fazer aquelas coisas para
passar a fazer esta. E a reação dos políticos,
dos administradores, dos planejadores não é uma coisa
assim: "Ah, ótimo, então agora dá para
fazer isso". Eles também tem que sentir a força
com que a sociedade quer que aquilo aconteça para você
captar lucro, porque o orçamento é uma peça
de planejamento versátil. Você consegue fazer, dizer
que fez, quando não se fez; tem uma série de experiências
legais que permitem saídas pela tangente, vamos dizer assim.
Mas não tenha dúvida de uma coisa: se você não
tiver pessoas qualificadas, você nem passa perto de geração
de conhecimento científico. A primeira coisa que você
tem que ter são pessoas qualificadas. Segundo: igualdade
de escolha, de trabalho e de idéias. Uma pesquisa científica
não surge de encomenda. Você tem que dar liberdade
para o pesquisador. Depois você tem que dar apoio financeiro.
Se você tiver essas três coisas: pessoas competentes,
livres para pensar e dinheiro, você vai gerar um quantidade
de conhecimento científico muito grande. Que, se não
estiver associado a um uma boa estrutura de geração
de tecnologia e uma boa cultura de inovação, não
vai surtir efeito nenhum na sociedade. O máximo que você
vai conseguir é produzir artigos de revistas internacionais
indexadas de alta qualidade; você vai ter pesquisadores citados
no mundo inteiro, etc e tal… Mas o cidadão que está
pagando imposto não vai ter nenhum benefício daquilo.
Então tem que ter ciência básica, muito bem
apoiada, muito bem financiada, mas tem que ter pesquisa tecnológica
também. E tem que ter cultura de inovação.
Por que é que eu digo cultura? Porque quem faz inovação
são as empresas e não o Estado.
O
que é que é mais difícil: desenvolver a pesquisa
ou transferir o conhecimento gerado?
Não tem uma coisa mais fácil ou mais difícil
que outra, todas são importantes. Por isso que eu digo: se
você tem uma bela base de trabalho científica e não
tem o trabalho tecnológico, esse conhecimento científico
não gera conhecimento tecnológico, portanto você
não consegue ter base para a inovação. Às
vezes, você consegue ter alguma coisa no sentido contrário.
Se você pegar o Japão, a Coréia, são
países que não tem tradição de conhecimento
científico, mas conseguem se desenvolver tecnologicamente
e conseguem inovar, a um custo talvez maior, ou até por uma
característica cultural ou alguma coisa que o valha. O caminho
certo é você ter uma base científica, cientistas
capacitados, trabalhando na questão tecnológica, na
engenharia. Não existe países desenvolvidos que não
tenham engenharia desenvolvida. O mundo hoje, se você olhar,
é o que é graças à engenharia. No sentido
lato… Não estou dizendo com isso que só os profissionais
titulados engenheiros são importantes. Eu estou falando que
o conceito de engenharia é importante. Você não
precisa ser engenheiro para trabalhar engenheirando... (…)
A inovação, onde que há a inovação?
A inovação é a ponta do iceberg, realmente.
Quer dizer, você tem que ter empresas instaladas que conseguem
pegar conhecimento científico que evolui para conhecimento
tecnológico e transforma isso num diferencial naquilo que
ela está produzindo. Então, se o Brasil consegue explorar
petróleo em águas profundas é porque o conhecimento
científico virou tecnologia e essa tecnologia foi aplicada,
foi montada e hoje explora o petróleo. Óbvio que o
conceito de inovação é muito amplo. Você
pode pegar a caneta de ponta porosa, que antes era esferográfica…
Aí alguém com um monte de conhecimento científico
e tecnológico, porque nessa caneta tem viscosidade, resistência
da ponta, uma série de fatores, juntou tudo isso e fez uma
caneta de ponta porosa, que hoje vende aos montes no mundo. Agora,
você pode ter também uma inovação num
procedimento cirúrgico, num equipamento de diagnóstico,
num automóvel…
Sempre
tem coisas para inovar...
Exatamente. Por exemplo, vamos pegar o caso do nosso combustível:
álcool. Um país grande, com tecnologia e com um potencial
enorme para usar combustível renovável, ainda está
baseado num combustível fóssil... O pró-álcool,
antes de ser um trabalho científico, tecnológico ou
uma inovação, foi uma decisão política
do País... (…) Começou-se a investir nas várias
frentes científicas e tecnológicas necessárias
para se manter e para se viabilizar o álcool como um combustível.
Ora, tudo está inserido dentro de que alguns não gostam
de dizer, porque é um palavrão: a questão do
mercado e a questão política de forças. Você
tinha um país que investiu desde 1950 numa empresa chamada
Petrobrás; que produz o que? Petróleo. Aí na
década de 1980 isso se modifica: "Não, agora
produzir petróleo não é mais importante, o
importante é produzir álcool". Então,
tem toda uma correlação de forças de mercado,
o preço internacional do petróleo… Então,
sabe-se que se o preço do barril de petróleo está
abaixo de um determinado valor, o álcool não é
economicamente viável para ser usado como combustível…
Estrategicamente falando: você produz toneladas, milhões
e milhões de litros de álcool sem gastar um dólar,
porque o álcool é feito todo dentro do País:
você planta a cana, você mói a cana, fermenta
o caldo, separa e produz o álcool, só com reais, não
precisa dólar.
E
utiliza o mercado interno…
Todo o mercado interno. Enquanto o petróleo você tem
que entrar com dólar. Então, o erro estratégico
é esse. E para você investir no aumento da produção
do petróleo, você também gasta em dólar.
Enquanto para aumentar a produção de álcool,
você não gasta dólar. Agora, tem o outro lado
da história: para você aumentar a produção
de álcool, você avança em áreas da agricultura
em que se planta alimento para poder plantar a cana. Então,
é um jogo que tem que ser olhado de cima.
Tem
que ter um manejo sustentável.
Exato. Um mapa. Então, ao meu ver o álcool deveria
ser estudado desde a seleção genética da muda
de cana até o processo que separa a água do álcool,
passando pela tecnologia do motor. Quando o álcool surgiu,
um carro a gasolina fazia 10 quilômetros por litro e um carro
a álcool fazia 6 quilômetros. Um carro à álcool,
pela manhã, não pegava de jeito nenhum…
Como
está a transferência da tecnologia gerada pelo Centro
Tecnológico da UFSC?
Olha, o Centro Tecnológico é um centro, na verdade,
diferenciado na UFSC e diferenciado de outros centros tecnológicos
do Brasil todo. O nosso grande foco é a interação
com a empresas, com agências federais e estaduais. Esse é
o nosso lado forte. Nós fazemos pesquisas, vinculadas, cooperativas.
Quando uma empresa financia um projeto dentro do CTC, a transferência
é automática e, o resultado da pesquisa, a empresa
vai levar para dentro do seu processo de produção.
Então, a inovação se dá em duas vias.
Dificilmente você tem, no CTC, algum trabalho que gerou um
conhecimento científico e depois um conhecimento tecnológico,
e virou produto de prateleira que vai ser vendido depois: "olha,
tenho aqui a tecnologia para fazer X, quem quer comprar?" Não,
não é assim. No mundo inteiro não é
assim. Pesquisa é interesse, o que envolve muito dinheiro.
O Estado não pode financiar pesquisa tecnológica para
a inovação, quem tem que financiar é a indústria.
O Estado tem que financiar a indústria, mas o Estado não
pode financiar, a fundo perdido, uma pesquisa que é de interesse
de uma empresa, que vai colocar o produto no mercado, que vai ganhar
dinheiro com isso. Não, isso é um problema dela. O
Estado tem que olhar os setores estratégicos e dizer: "Olha,
aquele setor é importante, então, nós vamos
financiar aquela empresa para pesquisar, depois ela vai pagar".
O Estado tem que financiar a pesquisa básica. Essa tem que
ser a fundo perdido. Tem que escolher os pesquisadores e cientistas
renomados, aqueles que saibam: "está aqui o dinheiro,
você só precisa prestar contas de como você gastou,
porque você faz o seu trabalho e posso confiar em você".
É isso que precisa. Você não pode chegar para
um pesquisador desses e dizer: "olha, eu quero que você
invente um negócio qualquer, você tem dois anos para
fazer isso". Não é assim que funciona. Depois
que se descobriu a eletricidade passaram-se décadas para
que alguém fizesse uso da energia elétrica. Assim
foi a parte nuclear e a parte de biotecnologia também.
Aí
o senhor está falando da ciência aplicada. Lembro de
uma palestra do Eng. Faraco, que é presidente da FIESC, dizendo
que o industrial sempre foi muito reticente em fazer essa parceria
com a universidade, porque a universidade é muito lenta,
tem muita burocracia… O senhor acha que está mudando?
Já foi assim e está mudando?
Isso passou, foi um ciclo. Agora, tudo bem, mas vamos voltar na
década de 1970 ou 1980... Como é que o Brasil funcionava?
O Brasil tinha um mercado fechado. Quando alguém se estabelecia
e passava a produzir algum produto, ele já tinha a concorrência
do cara que fazia o mesmo produto lá em outro estado. Então,
era uma concorrência interna, em que havia acomodações.
Então, se eu estou vendendo, tem gente comprando o meu produto,
para que é que eu vou procurar inovar? Essa é a conta
que o empresário faz. É a conta do final do mês.
Quanto que eu recebo? Quanto que eu arrecadei? Quanto que me custou
para eu fazer isso? Quanto que me sobrou para eu poder pagar os
meus impostos, os meus funcionários? E quanto sobrou para
mim? Porque a nossa cultura é uma cultura da Península
Ibérica: "você tem dinheiro? então bota
numa poupança ali que vai ficar rendendo para você
todo o mês". Não é a cultura do risco.
É uma cultura de acomodação. É a mesma
cultura do empresário brasileiro. É uma cultura de
acomodação: "para que é que eu vou gastar
dinheiro inventando uma coisa, se eu estou ganhando dinheiro com
isso aqui?" Eu estou falando da média, não falo
de todos. Então o País tinha isso. E o País
evoluiu, do ponto de vista tecnológico, em setores que houve,
no passado, incentivos para exportação porque o País
precisava de divisas. Então, quando o País descobriu
que gastava muito dinheiro com o petróleo, se investiu na
Petrobrás, na exploração do petróleo;
se conseguiu explorar petróleo em águas profundas
com a melhor tecnologia do mundo, só por causa disso. Então,
se investiu na pesquisa de base, se investiu no pesquisador. Quando
se passou a sentir os efeitos da globalização, muitos
setores passaram a sentir a questão de sobrevivência:
"ou inovo, ou eu estou morto". Então para inovar,
para ter conhecimento, tem que chegar na Universidade. Primeiro
precisa ter pessoas competentes, competentes naquilo que está
fazendo, não só na gestão, não só
nos métodos gerenciais; que possa entender para onde está
indo aquele setor no mundo. Quando a nossa indústria cerâmica
aqui em Santa Catarina resolveu exportar e descobriu que ganhava
muito dinheiro exportando, o que é que aconteceu? Eles se
aproximaram da universidade. Por que? Porque eles não tinham
qualidade para exportar ou exportavam uma porcentagem muito pequena
daquilo que produziam, porque a maioria do que eles produziam estava
fora das especificações... A mesma coisa para o setor
metal-mecânico. A mesma coisa com o setor de alimentos, que
ainda não é tão próxima da universidade
quanto a gente gostaria. Porque ainda exporta produtos quase crus,
vamos dizer assim. Veja a suinocultura: se pega o porco, parte no
meio, limpa, congela e exporta. Isso quando se poderia estar pegando
o porco, limpando, processando e exportando todos os componentes
já embalados. Então, quando o Brasil exporta avião,
ele também importa um monte de coisa para montar esse avião.
Por que? Porque ele ainda não tem tecnologia, dentro do País,
para fabricar todo o avião. A asa vem do Chile, a cauda vem
da Espanha, a turbina vem da Inglaterra, os sensores vêm dos
Estados Unidos. Depois se monta o avião. Ótimo. Você
junta todas as peças, elas custam X; se aquilo virou um avião,
custa 3X. O País ganha, mas ganharia mais se tivesse todos
os fornecedores dentro do País. Nas circunstâncias
do mundo globalizado, isso não é nem estratégico,
mas é importante. Acredito que a EMBRAER esteja buscando
esse tipo de coisa.
Falando
de resultados, o Sr. pode citar dados sobre a pesquisa desenvolvida
no Centro Tecnológico?
Nos últimos anos, os professores do Centro Tecnológico
têm aumentado muito a sua participação em projetos
com empresas. Ao longo do tempo, os recursos que a FEESC movimentava
eram sempre 70% de recursos vindos de agências de fomento
(FINEP, CNPq, CAPES) e 30% eram privados. Hoje a situação
se inverteu: 70% vêm de empresas privadas e 30% vêm
dessas agências estatais... A demanda de empresas pela universidade
aumentou bastante. Agora, as empresas é que vem à
universidade.
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