Segurança
e Economia no Uso da Energia
ECONOMIA
DE ENERGIA NA INDÚSTRIA
O setor
industrial é responsável por aproximadamente 46% do
consumo de energia elétrica no Brasil, do qual somente os
motores absorvem 51% da energia consumida. Quando se trata de reduzir
desperdÃcios e economizar energia, as principais recomendações
incluem otimização do sistema motor-equipamento, substituição
de motores superdimensionados, correção do fator de
potência baixo e redução dos picos de demanda.
Dos diversos tipos de motores elétricos existentes, o mais
significativo no mercado brasileiro é o motor de indução
trifásico, que utiliza 75% do consumo total de energia elétrica
para força motriz. O volume anual de venda desses motores
é bastante representativo. No mercado brasileiro existem,
para motores de potência até 250 CV, duas linhas distintas
de fabricação: a linha padrão e a linha de
alto rendimento, mais eficiente.
MOTORES
Rendimento
Em
motores maiores que 30 CV a transformação de energia
elétrica em energia mecânica chega a acumular uma
perda de 10% no rendimento. Para um mesmo motor, o rendimento
decresce com a redução da carga no eixo, assim o
dimensionamento inadequado do motor pode resultar em desperdÃcio
de energia.
Muitas vezes, o superdimensionamento dos motores resulta da falta
de conhecimento sobre o ciclo de carga e os coeficientes de segurança.
Como exemplo: no dimensionamento de um sistema de bombeamento,
o engenheiro de processo aplica um coeficiente de segurança
sobre o valor da vazão necessária, o engenheiro
mecânico aplica o coeficiente de segurança sobre
a potência e o rendimento da bomba e o motor escolhido será
aquele imediatamente superior ao calculado. Dessa forma, o motor
irá trabalhar com potência real 60% inferior Ã
potência nominal, caindo numa faixa de rendimento menor.
Fator
de Potência
Quanto menor o fator de potência, maiores as correntes que
irão circular desnecessariamente, não somente no
motor, mas principalmente na rede, causando perdas de energia
proporcionais ao dobro da corrente. O baixo fator de potência
pode ser corrigido com a instalação de capacitores.
Motores
Mais Eficientes
Os motores elétricos tem o seu dimensionamento otimizado
para funcionamento sob tensão nominal. Embora, por norma,
devam suportar variações de tensão em torno
de 10%, isso não significa que, sob essas condições,
os motores terão o mesmo desempenho. O aumento da tensão
provoca a redução do fator de potência e,
sob carga reduzida, o efeito é ainda pior. A redução
da tensão aumenta o fator de potência e o rendimento,
porém pode haver problemas com a partida do motor. O desequilÃbrio
de fases geram correntes excessivas circulando no motor, provocando
perdas, elevação da temperatura e, consequentemente,
redução da vida útil do equipamento. A distribuição
equilibrada das cargas pode corrigir esse problema.
Em sistemas de geração própria, as quedas
na freqüência de alimentação podem causar
a queima de motores, que suportam, normalmente, variações
de freqüência nominal em torno de 5%. Dessa maneira,
aqueles projetados para 60 Hz podem queimar se ligados em 50 Hz,
devido à elevação da corrente de magnetização
com redução da freqüência.
Perdas
Mecânicas
O sistema de transmissão mecânica deve ser adequado
à s caracterÃsticas da carga a ser acionada e deve
haver compatibilidade com os esforços radiais e axiais
que o motor suporta. Transmissões inadequadas podem causar
grandes perdas de energia, além de fadiga prematura, desgaste
nos mancais e deformações anormais no eixo.
Recondicionamento
É preciso muito cuidado na hora de trocar um motor que
apresentou defeito. Motores com potência pequena não
devem ser recuperados pois o custo geralmente é superior
ao de um motor novo. É freqüente, na recuperação
de um motor danificado, a introdução de novos fatores
que irão aumentar consideravelmente as perdas em relação
ao original, tais como:
- Aquecimento excessivo do núcleo de ferro para retirada
do enrolamento defeituoso, provocando o rompimento do isolamento
interlaminar e, como conseqüência, aumentando as perdas
por correntes parasitas;
- Rebobinagem em desacordo com os dados de projeto do fabricante;
- Reparos no rotor, como a usinagem no diâmetro externo,
provocam um grande aumento na corrente de magnetização
e, conseqüentemente, das perdas.
IMPORTANTE:
Os dados originais de corrente e consumo a vazio de cada motor
devem ser arquivados e comparados após cada reparo.
INSTALAÇÕES DE AR COMPRIMIDO
Para
os setores de mineração, fundição, indústrias
quÃmicas e siderúrgicas, o ar comprimido é
uma fonte de energia fundamental. As instalações de
ar comprimido podem representar grandes oportunidades de economia
desde que tenham um projeto adequado, que sejam operadas de forma
correta e que ocorram manutenções eficientes.
O
Projeto
Algumas medidas adotadas durante o projeto implicam em poucos
investimentos e significam um bom aproveitamento do sistema, com
redução no consumo de energia ao longo da vida útil
da instalação.
Assim, o ponto de captação do ar comprimido, por
exemplo, deve estar em local de baixa incidência de calor.
Um aumento de 5ºC na temperatura do ar aspirado implica aumento
do consumo de energia na ordem de 1%. A escolha do tipo de compressor
mais adequado às necessidades do processo produtivo é
outro aspecto importante a ser considerado. Deve-se contemplar,
por exemplo, a possibilidade de utilizar compressores com múltiplos
estágios de compressão.
Ao projetar uma nova instalação, reformar ou ampliar
uma instalação, é preciso adotar tubulações
com diâmetro 10% maior acima do calculado. Essa medida trará
uma redução de 32% na perda da carga.
Também é possÃvel prever, ainda no projeto,
um sistema de recuperação do calor gerado pelo aquecimento
dos compressores, permitindo o aproveitamento de até 90%
do calor gerado.
A Operação
O custo de operação de uma instalação
de ar comprimido depende de um grande número de fatores
como, por exemplo, o consumo de energia elétrica, o consumo
de água no resfriamento, a manutenção da
segurança na operação e a necessidade de
sistemas de supervisão.
Outra forma de reduzir desperdÃcios é evitar o uso
desnecessário do ar comprimido para limpar máquinas
ou locais de trabalho.
A
Manutenção
Os vazamentos são os grandes responsáveis pelos
desperdÃcios de energia encontrados nas instalações
de ar comprimido. O uso racional de energia na manutenção
deve prever uma inspeção completa três ou
quatro vezes ao ano, em toda a linha de distribuição
e em equipamentos que utilizam ar comprimido, dando atenção
aos cilindros pneumáticos e válvulas de controle.
É importante quantificar a perda total de ar no sistema,
pelo menos uma vez ao ano.
SISTEMAS DE REFRIGERAÇÃO
Os
sistemas de refrigeração ou ar condicionado estão
entre aqueles que consomem grandes quantidades de energia, quer
pelas caracterÃsticas dos processos fÃsicos envolvidos,
quer pelo uso contÃnuo a que são submetidos durante
longos perÃodos.
Algumas medidas podem ajudam a reduzir o consumo de energia desses
sistemas:
-
Regule as fontes internas de calor (ou de frio), otimizando o
funcionamento de equipamentos e instalações como
motores elétricos, fornos, iluminação e outros,
procedendo ao isolamento térmico de tubulações
e depósitos de substâncias aquecidas (ou refrigeradas);
- Substitua
o ar ambiente pelo ar frio da madrugada para diminuir a carga
térmica da edificação;
-
Utilize somente as torres de refrigeração, bombas
e outros equipamentos que forem essenciais à operação
do sistema;
-
Reduza o fluxo de ar ao mÃnimo adequado a cada área;
-
Instale recuperadores de ar, resfriando o ar externo através
do ar de exaustão, quando o processo exigir a troca de
todo o ar interno por ar externo;
-
Faça manutenção periódica em todo
o sistema, eliminando vazamentos e limpando aparelhos de janela
e torres de refrigeração;
-
Regule o sistema para que ele opere em torno da maior temperatura
da zona de conforto indicada pelo projetista ou conforme os padrões
da ABNT;
-
Instale equipamentos de controle de rotação dos
motores das bombas de sistemas que usam água gelada para
adaptar a vazão às necessidades momentâneas
do sistema, reduzindo assim o consumo de energia no bombeamento;
-
Use um sistema de aeração natural para desligar
o sistema de ar condicionado, sempre que as condições
permitirem.
TRANSFORMADORES
Os
transformadores são equipamentos estáticos que transferem
energia elétrica de um circuito para outro, variando os valores
de corrente e tensão. Nessa transferência de energia
ocorrem perdas que decorrem da construção do transformador
e do regime de funcionamento. O rendimento dos transformadores é,
em geral, elevado, principalmente se o equipamento é de boa
qualidade. O conjunto de suas perdas pode parecer desprezÃvel,
mas se for considerada a sua potência nominal, torna-se significativo.
Apesar de o transformador ser projetado para operar adequadamente
em condições de carga nominal, é evidente que
quanto maior a carga do transformador, maior será o aquecimento
do equipamento, provocando redução da vida útil.
Por isso, pode-se utilizá-lo com carregamento de 30 a 80%
da potência nominal determinada.
Para obter melhor rendimento dos transformadores, pode-se tomar
as seguintes medidas:
-
Elimine progressivamente os transformadores muito antigos, substituindo-os
por outros mais modernos, quando ocorrer problemas;
-
Durante prazos relativamente curtos, inferiores a uma semana,
deixe os transformadores desligados da rede quando não
estiverem em serviço, evitando problemas decorrentes da
absorção de umidade;
-
Quando existem diversos transformadores para alimentar a mesma
instalação, teoricamente seria econômico ajustar
a carga em funcionamento, alterando o uso dos transformadores
quando cabÃvel, limitando assim as perdas em vazio nas
horas de baixa carga ou nos horários em que a indústria
não esteja funcionando;
-
Em muitos casos, pode ser uma boa opção ter um transformador
menor, exclusivo para a alimentação da iluminação,
de modo que ela fique ligada durante o serviço de limpeza,
vigilância e nos horários em que a empresa não
esteja efetivamente funcionando;
-
Faça manutenções preventivas nos transformadores
para eliminar a necessidade de paradas de emergência para
manutenção corretiva;
-
A manutenção dos transformadores é relativamente
simples e trata basicamente da detecção de vazamentos,
ensaio de rigidez dielétrica do óleo, inspeção
das partes metálicas, testes de isolamento e limpeza geral.
IMPORTANTE:
Compre sempre equipamentos de boa qualidade, observando as normas
brasileiras.
Fonte:
Â
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