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Informação Genérica - O que é Ecodesign?


O que é Ecodesign?

Um designer precisa entender a relação básica entre produto e ambiente. Para desenvolver produtos de maneira ecológica, o designer precisa estar apto para escolher a melhor solução de design do ponto de vista ambiental.
O ecodesign contempla os aspectos ambientais em todos os estágios de desenvolvimento de um produto, colaborando para reduzir o impacto ambiental durante o seu ciclo de vida. Isto significa reduzir a geração de lixo e economizar custos de disposição final.

Elementos-Chave do Ecodesign:

a) Integrar variáveis ambientais no processo tradicional de design de produtos;
b) Equilibrar requisitos econômicos e ecológicos durante o desenvolvimetno de produtos;
c) Induzir melhorias nas práticas de produção e de consumo;
d) Auxiliar, pelo processo de design, as empresas a anteciparem custos ambientais e sociais referentes ao ciclo de vida de produtos.

Quatro Tipos de Inovação do Ecodesign:

1) Melhoria do produto
2) Re-design do produto
3) Função inovadora
4) Sistema inovador


Considerações Qualitativas para Designers:

Freqüentemente, um designer pode avaliar efeitos ambientais, sem que seja necessária uma análise em profundidade. Abaixo, algumas regras elementares estabelecidas pela PRE - Product Ecology Consultants:

1. Não desenhe produtos "verdes".
A sugestão é não desenhar produtos "verdes", mas produtos com ciclo de vida ambientalmente adequado. Para tanto, é preciso considerar todos os fatores do processo que acontecem durante o ciclo de vida do produto, da produção ao descarte final.

2. Lembre-se que os materiais "naturais" nem sempre são melhores.
É comum a crença que os materiais "naturais" são preferíveis aos materiais "artificiais" ou fabricados pelo homem. É claro que a "produção" de 1 Kg de madeira causa emissões menores de poluentes que a produção de 1 Kg de plástico. Por que você tem que pensar no índice de perdas ou no processo de tintura, por exemplo? Para fabricar alguns produtos, você precisa dez vezes mais madeira do que plástico. Lembre-se: o plástico pode ser reciclado, a madeira não. Nesse caso, você pode realmente comparar utilizando a medida em quilogramas como base de avaliação?

3. O consumo de energia não deve ser subestimado.
Muitos designers focam sua atenção na seleção do material, mas isto nem sempre é justificado. Se um produto consome energia na fase de uso, existe uma em dez chances que o consumo de energia seja dominante. As pessoas normalmente subestimam os impactos ambientais da energia.

Veja:

  • 10 KWh de eletricidade equivale a 2 Kg de petróleo;
  • 1 Kg de plástico usa 1,5 a 2,5 Kg de petróleo;
  • Uma cafeteira elétrica utiliza 300 KWh de eletricidade durante o seu tempo de vida ou o equivalente a 60 Kg de petróleo. Durante a sua fabricação, somente 2 Kg de plástico são usados.

4. Pense no tempo de vida do produto.
O designer pode influenciar o tempo de duração de um produto de várias maneiras. Torná-lo mais durável do ponto de vista técnico, pode dificultar a atualização da tecnologia, como no caso de um computador. Mais importante é criar o produto de maneira que as pessoas sintam-se ligadas a ele porque muitos produtos não são descartados porque estão quebrados, mas porque as pessoas acabam aborrecidas com eles.

5. Projete serviços, não produtos.
Nem sempre as pessoas querem um produto. O que elas querem é a solução para um determinado problema. Algumas vezes, um serviço pode ser uma boa solução como uma lavanderia de auto serviço em vez de muitas máquinas de lavar individuais. Um outro exemplo é o sistema de transporte compartilhado, atualmente iniciado em cidades da Holanda.

6. Use o mínimo possível de matéria-prima.
Isso pode parecer óbvio, mas é mais complexo do que parece. Freqüentemente, é possível reduzir a quantidade de matéria-prima utilizada pela redução das dimensões do produto ou pelo uso de técnicas diferentes de produção. Pode ser benéfico usar materiais de impacto ambiental maior por quilograma utilizado, desde que se possa diminuir o tamanho ou peso do produto. Isso é particularmente verdadeiro para equipamentos ou peças de veículos automotores, onde menor peso significa menor consumo de combustível.

7. Use materiais reciclados.
Não somente fabrique produtos recicláveis, mas use material reciclado. Se cada designer construir somente produtos recicláveis, poderá deixar de existir, no futuro, uma demanda por esse tipo de material. Se existir uma demanda por recicláveis, certamente haverá um fornecimento correspondente.

8. Faça produtos recicláveis.
Muitos produtos podem ser reciclados, mas poucos realmente o são. Somente produtos que são facilmente desmontáveis e tem alto rendimento podem ser escolhidos para reciclagem. Um designer pode aumentar a chance de que seu produto seja reciclado pela otimização do design.
As partes de aço dos automóveis são recicláveis. As partes plásticas, normalmente, não são porque resultam de um agregado de vários tipos de material plástico. As tevês podem ser recicladas. É sempre mais econômico reciclar o plástico de eletrodomésticos, desde que esses contenham um alto grau de plástico em sua composição.

Algumas regras para manter em mente:

  1. Se você quer reciclar termoplásticos:
    Não use verniz no produto;
    Não use etiquetas gomadas no plástico;
    Não combine plásticos de diferentes tipos. Em especial, não misture PVC e náilon com outros plásticos.

  2. Se você quer reciclar partes de aço, seja cuidadoso para não incluir muito cobre na fundição;

  3. Se você quer reciclar produtos têxteis, pense duas vezes. Isso não é prático. É melhor incinerá-los e aproveitar a energia gerada.

9. Faça perguntas "tolas".
Muito freqüentemente as decisões são baseadas numa prática comum: "Nós sempre fizemos desta maneira e funciona bem". Muitas melhorias da performance ambiental de produtos podem ser obtidas por meio de questões que parecem bastante óbvias. A PRE utiliza esse critério como ferramenta de trabalho e exemplifica:

  • Uma companhia usava 3 Kg de matéria-prima para 1 Kg de poliéster. Depois de repetir a mesma pergunta "tola" (porque isso era necessário?) várias vezes, foi descoberto que o produto poderia ser feito de outra maneira, gastando exatamente 500 gramas a menos de matéria-prima.
  • Uma empresa produzia uma embalagem que mantinha a validade do conteúdo por 18 meses. Depois de vários questionamentos foi descoberto que esse produto era consumido, geralmente, dentro de um período de 3 meses, o que originou diferentes soluções de embalagem para o mesmo produto;
  • Na Holanda, os encanamentos para absorção de água da chuva tinham um diâmetro padrão de 80 mm. Depois de realizar o estudo de padrões de construção, de materiais e das propriedades hidráulicas da passagem da água, descobriu-se que um diâmetro de 30 mm era suficiente.


Fontes:

PRE - Product Ecology Consultants
http://www.pre.nl/ecodesign

The Global Compact - Ecodesign
http://www.unglobalcompact.org/un/gc/unweb.nsf/content/ecodesign.htm


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