A Florianópolis como conhecemos hoje em dia foi fruto de um desenvolvimento começado no século XVII, com a criação da Vila de Nossa Senhora do Desterro pelo bandeirante Francisco Dias Velho. Antes a ilha servia apenas como um “point” de abastecimento de exploradores que rumavam para as províncias da Bacia do Prata nos territórios que hoje formam o Uruguai e a Argentina.
A partir daí, a ilha tornou-se quase que uma extensão do território de Açores, em Portugal, que hoje dá nome a uma das praias mais famosas de Florianópolis. A chegada dos portugueses partindo do Atlântico Norte rumo ao Atlântico Sul atrás de uma vida melhor deu à Ilha de Santa Catarina o impulso necessário para desenvolver atividades agrícolas e industriais que ajudaram a região a se desenvolver.
Tanto o século XIX quanto o século XX foram períodos de grandes transformações para a vila, que se tornou capital da província – transformada logo depois em Estado – de Santa Catarina. Instituições públicas de arquitetura colonial foram levantadas, acompanhadas um século depois por grandes estruturas de construção civil moderna. Essa infraestrutura fez de Florianópolis um polo de serviços para o Estado e para o resto da região Sul, legado que permanece até hoje através dos vários negócios de tecnologia da informação que surgiram e ainda surgem na ilha.
Essa infraestrutura ajudou Florianópolis também no desenvolvimento de uma pujante indústria turística, algo que seria um caminho natural devido às atrações que a ilha conta. A enorme quantidade de praias que existem em Florianópolis, em combinação com aspectos meteorológicos que permitem a prática de vários esportes de mar, fazem da capital catarinense um dos espaços mais dignos de atenção por parte de turistas brasileiros e estrangeiros.
Tanto a qualidade da cidade e de suas atrações quanto a presença de uma indústria de serviços cada vez mais influente no país são fatores que podem fazer de Florianópolis e adjacências uma das mais importantes metrópoles da América Latina. E para realizar esse potencial, não seria uma má ideia mesclar o âmbito do turismo com o mundo da tecnologia que já existem na cidade.
Novas tecnologias, novas possibilidades
No nosso contexto cada vez mais digitalizado, as práticas tradicionais de visitar e registrar atrações e visões estão em concorrência com os desenvolvimentos mais recentes da tecnologia. Estes desenvolvimentos vão além de câmeras digitais e smartphones, entrando em ambientes quase totalmente digitais.
Um dos mais marcantes desenvolvimentos recentes nesta área é a realidade virtual (RV). De início a tecnologia era limitada a computadores e smartphones de ponta, mas este é um cenário que muda a cada ano que passa. Graças a RV, é possível interagir com ambientes e objetos que se encontram a milhares de quilômetros de distância da pessoa.
Transmissões ao vivo são também um novo fator que entraram em voga em tempos recentes. Também chamadas de “lives”, estas se transformam em celebrações que podem unir em um ambiente virtual pessoas de várias partes do mundo em espetáculos dos mais diversos tipos, desde shows de música até peças de teatro.
São vários os meios que já usam realidade virtual, transmissões ao vivo e até uma combinação dos dois em suas práticas comerciais. O artista paulista Criolo fez em janeiro o primeiro show de realidade estendida do país através da plataforma de transmissões ao vivo Twitch. A tecnologia de transmissões ao vivo é parte também de plataformas de jogos online como os de cassino online, que permitem aos clientes o acesso a mesas de roleta e de cartas como pôquer, blackjack e bacará frente-a-frente com crupiês reais. Alguns dos maiores museus e espaços turísticos do mundo, o que inclui o Museu Nacional no Rio de Janeiro, estão disponíveis em realidade aumentada graças a parcerias com grandes empresas como a Google. E isso inclui também o lado educacional, uma que universidades tradicionais como a UNINOVE voltando suas atenções para o ensino a distância, com aulas realizadas ao vivo por professores altamente qualificados.
Vê-se assim que existem muitos âmbitos que podem ser explorados através de uma ou outra tecnologia, ou até a partir da combinação entre as mesmas, principalmente no viés de exploração turística. São investimentos que adicionarão valor ao que Florianópolis já oferece aos seus habitantes e visitantes, incrementando o potencial de ganho da cidade nos curto e longo prazos.
Talentos
O turismo e a área de serviços em geral já são duas indústrias muito bem exploradas por Florianópolis, que precisam apenas de reajustes pontuais e/ou adições às práticas vigentes para continuar a dar bons frutos. Mas para incrementar de maneira significativa o potencial econômico da ilha, é preciso também dar continuidade à sua vocação como porto de criação e desenvolvimento tecnológico.
Além da atração de novos grandes investidores para a região através de incentivos públicos em vários âmbitos, é importante não esquecer os pequenos e médios empresários com ideias que possuem grande potencial de crescimento. Tornou-se rotina no mundo atual vermos empresas que começam com poucas pessoas se transformarem em gigantes do ramo que exploram, graças ao bom tino de negócios dos seus constituintes e também os investimentos feitos tanto em esfera privada quanto pública.
Não se pode esquecer também do talento que já se encontra em Florianópolis e no resto do Estado, algo que serve como outro grande fator de atratividade para a instalação de negócios de ponta em vários tamanhos. É importante criar mecanismos que façam com que a capital catarinense possa não só adicionar mais talentos a si, mas que também possa manter a “prata da casa” em seus domínios.