Até a década de 70, o prédio da Alfândega estava localizado a beira mar. Com a construção do aterro da Baía Sul, a frente do edifício ganhou uma grande área, da Praça Fernando Machado até o Mercado Público, que foi transformada em praça, o Largo da Alfândega.
O local é um ponto de encontro da população local e dos inúmeros turistas que por ali passam diariamente. Costumeiramente é palco para apresentações artísticas e populares.
No ano 2020 o Largo da Alfândega foi totalmente revitalizado, após passar fechado por dois anos para profundas obras, financiadas pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e pela Prefeitura, que também executou o novo projeto arquitetônico.
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O novo Largo da Alfândega conta com decks, calçamento, acessibilidade e paisagismo, além de espelhos d’água, que demarcam até onde ia o mar naquela área antes do aterro. Também há as zonas de descanso, uma floricultura, banheiros, centro de informações turísticas, posto policial, venda de artesanatos e lanchonetes. A grande cobertura metálica reproduz o formato das rendas de bilro, tradição herdada dos imigrantes açorianos que colonizaram a Ilha de Santa Catarina.
O Prédio da Alfândega
Em estilo de filiação neo-clássica, o prédio é constituído de três corpos – o central, com sobrado e remate de frontão, e dois armazéns laterais, com telhados independentes rematados por platibanda, e a característica de ser o madeiramento suportado por uma coluna dórica de ordem monumental. De construção retangular, o térreo é predominantemente cheio, repetindo o motivo óculo-porta em arco-óculo, cinco vezes nas fachadas principais e nas duas laterais, em cadência só distendida na parte mediana, para equilibrar com a arcaria de sete portas do andar superior, fechada por varandim corrido.
Sóbrio, de fachadas iguais duas a duas, é de construção esmerada e apurado acabamento, com cunhais e vão de cantaria trabalhada, cornijas perfiladas e platibandas almofadadas, rematadas nos dois pisos por vasos de porcelana e com as bandeiras das portas do andar em armação florida, ao gosto da época, assim como o são as das portas internas. Externamente, está em bom estado de conservação, salvo pequenas descaracterizações.
No andar superior funciona o escritório técnico do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – Iphan. No térreo funciona a galeria da Associação de Artistas Plásticos de Santa Catarina, com espaço para exposições de artistas regionais, a Loja de Artesanato Catarinense, local em que é possível adquirir belas lembrancinhas típicas do artesanato local como renda de bilro, cachaças artesanais e panelas de barro, além do Bar da Alfândega. O local é um dos principais pontos turísticos do centro da cidade devido a sua importância histórica e sua beleza arquitetônica.
Breve História
A história da Antiga Alfândega iniciou no ano de 1874, quando João Tomé da Silva, presidente da Província de Santa Catarina, foi autorizado a mandar construir uma nova sede em substituição a anterior, incendiada em 1866 por razões até hoje desconhecidas. O local escolhido não era o mesmo do prédio anterior, mas nas marinas, entre as ruas do Livramento e do Ouvidor, local então chamado Largo do Príncipe, por ficar sobre a rua de mesmo nome – a atual Conselheiro Mafra.
Inaugurada em 29 de julho de 1876 pelo então presidente da Província, Alfredo D’Escragnolle Taunay, custou 120 contos de réis, quantia paga a José Feliciano Alves de Brito, empreiteiro que a construiu. Até hoje o prédio possui a placa comemorativa do evento, onde destaca os nomes dos presidentes da Província, que atuaram em prol da construção, dos responsáveis pelo plano e execução da obra, respectivamente o Eng. Martinho Domiense Pinto Braga e o Cel. José Feliciano Alves de Brito, além da data de sua inauguração.
Fonte: Guia dos Bens Tombados Santa Catarina
Rua Conselheiro Mafra, 141 – (48) 3224-6082.