A Casa de Câmara e Cadeia representou o poder municipal na Vila de Nossa Senhora do Desterro. Projeto do arquiteto faialense Tomás Francisco da Costa, foi construída com paredes de pedras argamassadas com óleo de baleia, areia e cal, e sua construção durou exatamente nove anos e dez meses, de 1771 a 1780. Como todas as Casas de Câmara do Brasil Colônia, conforme a tradição portuguesa, em seu andar térreo trancafiavam-se os infratores da lei, escravos, rebeldes e loucos e, no piso superior, o Paço da Câmara e do Senado.
Dentre as inúmeras ordens e leis, era daqui que partiam as posturas municipais que proibiam, não só as festas de coroação de reis, mas também os ajuntamentos de escravos e libertos. Mas, o que inicialmente era apenas um sobrado com características da arquitetura colonial luso-brasileira, foi se transformando e, após sucessivas reformas, em 1896, ganhou decoração eclética, com elementos barrocos. Internamente, também foi totalmente descaracterizado e, hoje, não abriga mais nenhuma peça do mobiliário original.
Em 1930, com a inauguração da Penitenciária Estadual no bairro Agronômica, a cadeia foi desativada. A partir de 1984 passou a ser protegido por tombamento municipal, tendo sido ocupado, até 2005, pelo Poder Legislativo Municipal. Com a mudança da Câmara de Vereadores para um imóvel maior na Rua Anita Garibaldi, o prédio da Antiga Casa de Câmara e Cadeia passou a abrigar alguns eventos temporários, nos quais foi transformada, por exemplo, em “Casa do Carnaval” e “Casa do Papai Noel”.
Atualmente o prédio abriga o Museu de Florianópolis, depois de ter sido integralmente restaurado em 2018 pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), em convênio com a Prefeitura Municipal de Florianópolis.
Endereço: Rua dos Ilhéus, 242 – Ao lado da Praça XV – Centro.