Com apoio Oficina Literária Letras no Jardins (projeto que acontece todas as sextas-feiras no Espaço Cultural Rita Maria, no Centro de Florianópolis), o Quarto Encontro Latino-americano de Artes e Letras aconteceu entre 23 de outubro e 10 de novembro de 2017.
Neste ano, o enfoque do evento, que teve curadoria de Milka Lorena Plaza Caravjal, foi homenagear o artista Silvio Pléticos, nascido na Itália e que reside no Brasil desde 1960.
Além da exposição, que ficou aberta para visitação no hall de entrada da Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc) do dia 23 de outubro até 09 de novembro, também integrou a programação uma série de encontros com artistas que tiveram suas obras expostas.
Mais próximo, o quadro Os Pássaros, do chileno Hugo Rubilar.
Os encontros com artistas aconteceram nos dias 27 e 31 de outubro, e nos dias 03, 07 e 10 de novembro, no Espaço Cultural Rita Maria. O ambiente bastante leve e descontraído contribuiu muito para que o público presente não só conhecesse melhor os artistas e suas influências, mas também para que entendesse com mais profundidade as obras expostas, bem como o processo criativo que as gerou.
Num total de 17 artistas plásticos, e 13 escritores tiveram suas obras expostas no evento. Dentre as mais variadas formas de expressão, teve-se grande riqueza de temáticas e significados, o que proporcionou aos visitantes grande imersão no universo artístico que fora inserido no local.
Justamente representando a riqueza temática e a variedade artística, foi possível perceber que os artistas que participaram da mostra transitam entre a arte figurativa, abstrata e técnica mista.
As obras do artista Rafael Cappai acentuam essa pluralidade advinda da técnica mista. O artista, além de expor uma escultura feita em uma guitarra, também nos apresentou o quadro A Floresta, que é repleto de sentimentos expressos através do uso de materiais reciclados para compor elementos tridimensionais na pintura. Rafael também foi responsável por tocar a música Tema de amor, na abertura do evento – no mesmo dia em que a argentina Amara Martino apresentou poesias, e a chilena Célia Cabezas Jaramillo tocou a canção Gracias a la vida, de Violeta Parra.
Cappai, ao ser questionado sobre o que achava desse tipo de evento, disse que acha que “é importante ter esse tipo de evento na cidade, no Brasil”, e que “os artistas têm mesmo que se ajudarem… um tem que ajudar o outro”, demonstrando camaradagem e otimismo. E foi na base disso que tudo se realizou.
Algumas das obras expostas (dentre elas, A Floresta).
Artistas como Hamilton Souza, Gisele Duro Zanini, Juan Godoy, Doris Plaza, Janice de Bittencourt Pavan e Maria da Graça Fornari representaram muito bem a arte figurativa com as suas variadas técnicas aplicadas sobre tela.
José Reginaldo Galão expôs a técnica de modelagem sobre PVC, nas suas esculturas Kalipigio e Gladiador, que chamaram a atenção em meio ao contrastante ambiente da exposição. Galão, além disso, expôs seus livros O Poder do “Eu” e Florianópolis, Ilha da Magia e do Encanto: contos e lendas. Vol.2 – inclusive realizou sessão de autógrafos deste.
Neste ângulo plano, é possível ver uma das esculturas de Galão, entre as obras da mostra.
Não podendo ficar de fora, a fotografia também teve espaço na mostra, e quem apresentou-nos o seu trabalho foi Isadora Azevedo.
Além de curadora do evento e idealizadora da Oficina Literária Letras no Jardim, a chilena – abrasileirada – Milka Plaza também expôs dois quadros de técnica mista: o arrepiante e vívido A moça da Praia, e maravilhoso Pacífico. Além disso, Milka realizou sessão de autógrafos do seu livro (também exposto, ao lado de O Condomínio) Curvas da Vida.
É tarefa difícil descrever em limitadas linhas todos os artistas, obras e significados que estiveram expressos no Quarto Encontro Latino Americano de Artes e Letras. No entanto, fica aqui cravado que o evento mostrou-se um sucesso, e a quinta edição evidenciou que o crescimento é constante. É sempre interessante e enriquecedor apreciar obras vindas de artistas de culturas e nacionalidades diferentes, mas com sentimentos tão comuns aos do povo florianopolitano. No tempo em que evento foi realizado, Florianópolis revelou-se ainda mais artística, ainda mais rica em cultura. E que o próximo seja ainda cheio de cor e vitalidade, se é que isso seja possível.
Reportagem: Willian S. Schütz.
willianschutz@hotmail.com
Fotografias: Milka Plaza.