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Doce, salgado e amargo: como o paladar infantil se desenvolve ao longo do tempo

Foto: Freepik

O paladar infantil pode ser bastante variado e apresenta fases de desenvolvimento que vão se tornando mais complexas com o tempo

Você já ouviu a expressão “paladar infantil”? Ela se refere à ocasião em que um  adulto rejeita um tipo de alimento e, em troca, escolhe outros que não são ricos em nutrientes.

Embora essa expressão associe paladar pouco diversificado às crianças, o processo de desenvolvimento do paladar dos pequenos é complexo e muito interessante.

Por isso, se você convive com crianças que sempre buscam frituras, doces e bolachas como trakinas, conheça como se dá esse desenvolvimento e aprenda como ajudá-los a diversificar a alimentação e a experimentar uma maior variedade de alimentos.

Vida intrauterina

Quando o feto ainda está no útero, ocorre a formação das papilas gustativas, que são pequenas saliências na língua, contendo botões gustativos e responsáveis por ajudar cada pessoa a sentir o sabor dos alimentos e a evitar a intoxicação.

Essas papilas começam a se formar na vida intrauterina do feto em torno da sétima ou oitava semana de gestação. Assim, é possível falar que os fetos podem reconhecer sabores quando estão no líquido amniótico.

Primeiros meses de vida

Após o nascimento, o leite materno se torna o alimento que mais se expõe ao paladar do recém-nascido. É a experiência com esse leite que molda as preferências do bebê por sabores doces, amargos e salgados.

A alimentação da mãe durante a amamentação, sobretudo no primeiro ano de vida da criança, também proporciona ao bebê a experiência gustativa com diferentes sabores.

O mais comum é que, nos primeiros meses, o bebê tenha preferência por sabores adocicados (como o leite materno). Em torno dos quatro meses, começa a gostar de alimentos salgados e, só mais tarde, começa a conhecer sabores amargos.

Primeiros anos

Com o passar do tempo, as crianças vão manifestando preferências por alguns alimentos e rejeição por outros. Para ajudá-las a descobrir e ter curiosidade por novos alimentos, é fundamental expor os pequenos a eles. Via de regra, é preciso apresentar a nova comida ou alimento por até 15 vezes até que a criança a aceite e desfrute.

O melhor é expor o paladar da criança aos poucos e introduzir novos sabores gradualmente. Ao perceber que ela rejeita um alimento todas as vezes em que você o apresentou, é bom dar um descanso e respeitar a opção da criança e buscar outras opções que ofereçam nutrientes semelhantes ao mesmo tempo que proporcionam a ela experiências proveitosas (e não traumáticas).

O paladar se desenvolve durante toda a vida, incluindo a fase adulta, e vai sofrendo alterações. Enquanto as crianças gostam de sabores ácidos muitas vezes e são mais sensíveis a sabores amargos, nos adultos ocorre exatamente o contrário. Ou seja: as preferências por alguns sabores podem se alterar sensivelmente ao longo da vida.

Portanto, estimule o paladar do seu filho expondo-o a diferentes alimentos e, gradualmente, vá introduzindo novos sabores. Lembre-se de que às vezes você precisará apresentar a nova comida 10 ou 15 vezes para que seu filho a aceite e desfrute. Vale dialogar com a criança e trazer novas formas dela consumir um alimento (como cozinhar o arroz com a mesma água com que se cozinhou a beterraba ou a cenoura, por exemplo, o que ainda o deixa colorido e divertido).

Dicas para atrair as crianças

O paladar é um sentido complexo e influenciado por vários fatores, como o cheiro, a aparência e a textura dos alimentos. Por isso, capriche nos alimentos oferecidos às crianças, ofereça pratos coloridos e brinque de fazer desenhos com alguns ingredientes.

Isso ajuda a tornar as refeições mais lúdicas e torna a experiência mais convidativa para a criança experimentar novos sabores e ter o hábito de ingerir frutas e legumes regularmente.

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