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Demanda online aumenta em SC, mas crescem também reclamações

Crédito: Haidan
Crédito: Haidan

Segundo Procon, reclamações por vendas online aumentam mais de 300%

A crise causada pelo novo coronavírus está mudando o comportamento social do mundo. Se um aperto de mão parece um hábito de séculos atrás, o deslocamento até uma loja ou mercado também deve ser outra alteração significativa na vida das pessoas. Diversos sites de compras, como 365dicas, estão intensificando seu relacionamento com o público a partir de vendas na internet.

Além disso, empresários estão fazendo campanhas massivas pelo Instagram, colocando funcionários para vender pelo WhatsApp e, no caso dos grandes varejistas, acelerando processos estratégicos que demorariam meses para sair do papel.

Mas, se esse novo momento impulsiona o crescimento das vendas online e criam um novo mercado a ser explorado por lojas e comerciantes, os problemas em decorrência desse modelo de negócio também podem aparecer. E as reclamações do público estão crescendo vertiginosamente.

Só nos cinco primeiros meses de 2020, o Procon de Santa Catarina registrou um aumento de mais de 300% nos atendimentos relacionados a compras pela internet. Até maio de 2019, o Procon/SC havia recebido pouco mais de três mil reclamações. Em 2020, já passam de 12 mil.

Segundo o diretor do Procon estadual, Tiago Silva, o aumento nas reclamações é um indicativo de que grande parte dos estabelecimentos afetados pela pandemia e pelo crescimento das vendas online não estavam preparados para a alta demanda de vendas de produtos e serviços online.

“É preciso planejamento antes de sair vendendo sem ter a real capacidade de entrega. Agora, não dá para o consumidor ficar esperando em vão pela boa vontade das empresas se adaptarem a este novo modelo de comércio para só depois realizarem a entrega das mercadorias e serviços”, afirmou o diretor.

Silva alerta também para o aumento de reclamações referentes a compras em empresas-fantasma. Segundo ele, muitos se aproveitam do período de pandemia e criam sites de compras falsos para aplicar golpes. Essas denúncias estão sendo encaminhadas à promotoria ou à Polícia Civil para investigação.

Em Florianópolis, os principais registros formalizados no Procon dizem respeito a produtos com defeito e ao tempo de entrega. As empresas justificam a demora pela falta de profissionais suficientes para atender a demanda. Além disso, também alegam demora por parte dos Correios.

Para resolver qualquer problema, é preciso ter paciência e conhecer os caminhos adequados. O presidente da Comissão de Direito do Consumidor da OAB/SC, Geyson Gonçalves, sugere que os consumidores entrem, primeiramente, em contato com as empresas para tentar solucionar o problema. Essa, segundo ele, é forma mais rápida de solução, ainda que gere “dor de cabeça”.

O consumidor pode, ainda, buscar sites que registram reclamações como o Reclame Aqui. Conforme Gonçalves, os usuários vêm obtendo sucesso na solução de problemas através desses canais, quando se trata de empresas de médio e grande porte.

Caso essas tentativas não surtam efeito, o consumidor deve acionar o Procon e, por fim, se o problema ainda assim não for solucionado, deve buscar a Justiça.

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