
Nos últimos anos, os espaços culturais em todo o mundo passaram por uma transformação significativa, impulsionada pelo avanço da tecnologia e pelas mudanças no comportamento do público. Em Santa Catarina, essa tendência não é diferente: museus, centros culturais e galerias — tal como ocorre com plataformas digitais de entretenimento, como a Vemabet — estão repensando suas formas de apresentação para se tornarem mais atrativos, especialmente para as novas gerações conectadas e habituadas à interatividade digital.
A presença da tecnologia nas experiências culturais deixou de ser um diferencial e passou a ser uma expectativa. Telas sensíveis ao toque, projeções mapeadas, realidade aumentada e aplicativos interativos tornaram-se ferramentas comuns em exposições que desejam ir além da contemplação passiva. Em vez de apenas observar uma obra, o visitante é convidado a interagir, experimentar e, muitas vezes, cocriar.
Em Santa Catarina, espaços culturais vêm adotando essas inovações de forma progressiva. Algumas instituições incorporaram recursos digitais em exposições permanentes e temporárias; outras exploram experiências sensoriais e imersivas para aproximar o público da arte e da história local. Essa renovação reflete não apenas uma adaptação tecnológica, mas uma mudança de paradigma: o foco agora está na construção de experiências envolventes, onde o visitante deixa de ser espectador para se tornar parte ativa do processo artístico.
Ao buscar uma relação mais imersiva entre público e arte, esses espaços culturais criam novas formas de conexão emocional, ampliando o acesso e despertando o interesse até mesmo em quem, tradicionalmente, não frequentava museus ou centros culturais. Trata-se de um movimento que une tradição e inovação para construir um futuro mais dinâmico, acessível e participativo para a cultura catarinense.
Em Santa Catarina, diversos espaços culturais têm adotado tecnologias interativas para enriquecer a experiência dos visitantes. A seguir, destacam-se algumas iniciativas notáveis:
Museu Hering – Blumenau
O Museu Hering lançou uma experiência imersiva no metaverso, acessível globalmente por meio do site da Fundação Hermann Hering, aplicativo ou óculos de realidade virtual. Essa iniciativa permite que visitantes explorem a história da moda brasileira de forma inovadora e interativa.
Localizado em Joinville, o Museu Nacional de Imigração e Colonização oferece exposições interativas que narram a história dos imigrantes que moldaram o sul do Brasil. O museu proporciona uma experiência envolvente, conectando o público às raízes culturais da região.
Em Pomerode, o Museu Interativo Brasil Alemanha apresenta instalações que permitem aos visitantes interagir com elementos que conectam as culturas brasileira e alemã. O espaço é projetado para toda a família, oferecendo uma experiência educativa e lúdica.
O MASC, situado no Centro Integrado de Cultura (CIC) em Florianópolis, abriga exposições que incorporam tecnologias digitais para proporcionar uma experiência artística mais imersiva. A exposição “Territórios [Im]permanentes” é um exemplo de como o museu utiliza recursos tecnológicos para enriquecer a apreciação das obras.
Essas iniciativas tecnológicas também promovem a acessibilidade e inclusão nos espaços culturais. Por exemplo, o Museu de Florianópolis oferece exposições com recursos de audiodescrição e realidade aumentada, garantindo que pessoas com diferentes necessidades possam desfrutar das experiências culturais de forma plena.
Esses exemplos demonstram como os espaços culturais de Santa Catarina estão integrando tecnologia e interatividade para enriquecer a experiência dos visitantes, promovendo a inclusão e tornando a arte e a cultura mais acessíveis a todos.
Como a interatividade amplia o engajamento do público
A introdução de elementos interativos nos espaços culturais tem revolucionado a forma como o público se relaciona com a arte. Mais do que observar passivamente, os visitantes hoje são convidados a tocar, explorar, reagir e até mesmo interferir nas obras, criando uma experiência mais rica e memorável. Esse modelo participativo, mediado por tecnologia, é particularmente eficaz na aproximação de novos públicos — sobretudo jovens, crianças e pessoas com pouca familiaridade com ambientes museológicos tradicionais.
A tecnologia atua como ponte entre o conteúdo artístico e o cotidiano do visitante. Recursos como realidade aumentada, painéis sensoriais, jogos digitais e experiências imersivas ajudam a despertar a curiosidade e a tornar o ambiente cultural mais acolhedor e dinâmico. Em Santa Catarina, esse tipo de abordagem tem incentivado escolas a promover visitas guiadas, famílias a retornarem aos museus e até turistas a incluírem centros culturais em seus roteiros de lazer.
Além disso, a interatividade contribui significativamente para o processo de aprendizagem. O contato direto com a obra estimula a percepção sensorial, reforça conceitos por meio de estímulos múltiplos (visuais, táteis, auditivos) e fortalece a retenção do conhecimento. Por isso, a arte interativa é frequentemente utilizada como ferramenta educativa, com alto valor pedagógico.
Principais benefícios da arte interativa nos espaços culturais:
- Estímulo à curiosidade e à exploração: o visitante é motivado a descobrir, tocar, experimentar.
- Conexão emocional mais forte com as obras: a participação ativa gera maior identificação com o conteúdo.
- Aprendizado ativo e sensorial: ideal para crianças, pessoas neurodivergentes e público escolar.
- Inclusão de pessoas com deficiência: interfaces acessíveis, como audioguias, legendas e recursos táteis, ampliam a experiência cultural.
- Aproximação entre gerações: avós e netos interagem juntos, compartilhando uma mesma vivência sob diferentes perspectivas.
Essa ampliação do engajamento transforma os espaços culturais em ambientes vivos, acessíveis e significativos para públicos diversos — contribuindo, ao mesmo tempo, para a valorização da arte e para a democratização do acesso à cultura em Santa Catarina.
O futuro das experiências culturais em Santa Catarina
O cenário cultural de Santa Catarina caminha a passos largos rumo a um futuro cada vez mais digital e imersivo. As experiências interativas que já começam a se consolidar em museus e centros culturais representam apenas o início de uma transformação mais profunda. Entre as tendências emergentes, destacam-se o uso de inteligência artificial (IA) para criar exposições dinâmicas e personalizadas, a arte generativa — produzida com auxílio de algoritmos — e as exposições gamificadas, que utilizam mecânicas de jogos para engajar o público de maneira lúdica e educativa.
Essas novas linguagens exigem não apenas investimento em infraestrutura tecnológica, mas também a formação de profissionais qualificados. Curadores, educadores, programadores, artistas digitais e técnicos precisam atuar de forma integrada para planejar experiências que sejam ao mesmo tempo inovadoras, acessíveis e culturalmente relevantes. Instituições de ensino e órgãos públicos têm, nesse sentido, um papel fundamental ao incentivar projetos de capacitação voltados à interseção entre arte e tecnologia.
Contudo, é essencial entender que a evolução digital não pretende substituir a arte tradicional. Pelo contrário: a tecnologia surge como uma aliada, ampliando as possibilidades de criação e de fruição artística. Instalações imersivas, painéis sensoriais e algoritmos criativos não anulam o valor de uma pintura a óleo ou de uma escultura em mármore — apenas oferecem novas camadas de significado, novas formas de diálogo e uma maior capacidade de democratização do acesso à cultura, principalmente entre públicos historicamente excluídos.
Em Santa Catarina, onde a diversidade cultural é um dos traços mais marcantes da identidade local, o futuro das experiências culturais dependerá do equilíbrio entre tradição e inovação. O desafio está em preservar o que é essencial, ao mesmo tempo em que se abre espaço para o novo — construindo, assim, uma cena cultural vibrante, inclusiva e preparada para os próximos tempos.