O tema da possível liberação dos jogos de azar vem sendo falado com muita insistência nos últimos anos. Uma aprovação esteve muito próxima no final de 2017, mas a oposição no Senado foi forte e acabou bloqueando o projeto; o fato de 2018 ser ano de eleição presidencial acabou congelando o processo.
O interesse não está só do lado de empresários, nacionais e de outros países, interessados em estabelecer casas de jogo. É também o setor do turismo que reclama a presença de cassinos que possam atrair visitantes de países vizinhos, e evitar que o turista brasileiro “fuja” para o Uruguai ou Argentina para poder jogar no cassino durante suas férias.
Liberação próxima?
Entretanto, é de prever o regresso do debate nos próximos tempos. A eleição de Jair Bolsonaro como presidente da República aponta para uma possível resolução dessa questão. Durante o período de campanha, Bolsonaro declarou que, mesmo sendo contra por princípio, iria “ver qual a melhor saída”. O novo presidente sente que os jogos de azar são mesmo uma forma de dinamizar a economia, gerar mais empregos e renda.
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Não se sabe ainda como vai enfrentar seus apoios políticos entre os setores evangélicos mais conservadores, que seriam naturalmente contra esse movimento, mas certamente haverá abertura. Afinal, o próprio prefeito Marcelo Crivella vem recebendo empresários de cassinos de Las Vegas em visita no Rio de Janeiro, para falar de “negócios imobiliários”. É muito possível que, em um futuro próximo, os brasileiros deixem de jogar apenas via Internet, como no cassino NetBet, e possam acessar cassinos físicos também.
O problema de Santa Catarina
Seria fácil imaginar Santa Catarina com quatro ou cinco estabelecimentos de cassino em zonas turísticas, o que até faz parte do projeto de lei que está sendo debatido no Senado. Essa é considerada uma das prioridades, mais do que abrir salas de máquinas caça-níquel por todo o país. Contudo, o projeto prevê que estados até 15 milhões de habitantes possam receber apenas um desses grandes cassinos-resort, com licença emitida pelo estado.
Principal Candidato
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Aqui no turístico estado de Santa Catarina, o Costão do Santinho seria um candidato óbvio. Por seu histórico, por sua dimensão, por sua localização na capital, e principalmente pelo fato de já vir trabalhando há vários anos para receber um grande cassino, quando possível. Não seria surpresa se, no momento de apresentar os resultados do concurso que inevitavelmente deverá acontecer, o Costão do Santinho for anunciando como o cassino de Santa Catarina.
E o resto do estado?
Mas será justo para Balneário Camboriú, por exemplo, que Santa Catarina possa receber um único desses grandes estabelecimentos turísticos permitidos pela lei? Sabendo que nosso estado tem um potencial turístico único, que já recebe atualmente um número significativo de visitantes da Argentina e também do Uruguai, pela proximidade com estes países, não seria necessário rever esse processo e permitir que os estados do Sul tenham outras “armas” para cativar o turismo?
Guia Floripa
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