Sempre gostei de frio. Usar vários casacos e sair de casa com temperatura abaixo de 10ºC nunca foram problemas para mim. Como também adoro música, e principalmente ir a shows, sempre tive vontade de ir para a Festa do Pinhão. Afinal, é um evento que reúne vários dos principais artistas nacionais no (quase) inverno de Lages. Até que nesse ano resolvi comprar o ingresso da festa e encarar a aventura. O dia escolhido foi o sábado (17/06), por ter mais atrações que eu conhecia.
O sábado chegou e a van da excursão estacionou próximo à rodoviária de Florianópolis alguns minutos antes das 17h30. Cerca de dez pessoas entraram no veículo, que ainda faria algumas paradas rápidas para buscar mais pessoas em São José e Palhoça. Aliás, ao entrar no transporte da Via Van Turismo a impressão é bastante positiva: veículo limpo, bancos de couro e estofado bem confortável. O único problema foi a distância entre os assentos, que era pequena para alguém com 1,87m e pernas cumpridas – mas que não influenciou a experiência positiva.
Crédito: Alan Romanelli
Após as instruções da viagem, a van passou pela ponte para começar o trajeto de 220 km até o Parque Conta Dinheiro. No meio do caminho foi realizada uma parada em Alfredo Wagner para ir ao banheiro e recarregar as energias, com o motorista se colocando à disposição para realizar outras pausas durante o trajeto caso alguém solicitasse. Após quase quatro horas e meia, a van chegou ao local. O termômetro marcava 12ºC e toda vez que eu falava soltava uma leve fumaça branca da boca, típica de quando está muito frio. Eu sabia que precisaria me mexer na festa para curtir o frio e os shows – o que não seria problema.
A entrada na festa foi tranquila, já que baixei o aplicativo da empresa e o ingresso foi lido na tela do celular. Enquanto Breno e Caio Cesar já animavam os foliões com músicas que foram de “Solteiro de Novo” (Wesley Safadão) a “Olha a Explosão” (MC Kevinho), fui conhecer a estrutura do parque, que é maior que eu imaginava. Quando sentei pra jantar, escolhi o pastel de entrevero – que tem carne, calabresa, coração, frango e vinagrete. A mistura pode parecer estranha para alguns, mas eu gostei bastante. Mais tarde comi uma porção de paçoca de pinhão, até para honrar o nome da festa. Também experimentei o quentão, mas não gostei da barraquinha ter cobrado um preço mais alto (R$ 15) que outros locais da festa.
Crédito: Gabriela Amâncio
Bem alimentado, fui ao palco principal para assistir ao show de Victor & Leo – a minha atração preferida da noite. Cheguei próximo à grade da pista, onde conseguia ter uma boa visão do palco. Ao começar o show, a dupla emendou um sucesso no outro por quase meia hora, quando pararam para conversar rapidamente com o público. A estratégia acabou sendo um prato cheio aos fãs que queriam ouvir o máximo de músicas possíveis. Após a sequência “Vida Boa”, “Na Linha do Tempo” e “Borboletas”, todas cantadas com muito entusiasmo, Victor o palco. Leo chamou todos de volta para tocar a última, foi atrás de Victor no camarim, mas voltou sozinho para cantar “Tudo Com Você” e fechar o show.
Antes de começar o show da Anitta, alguns apresentadores e patrocinadores interagiram com o público e distribuíram brindes. Além de distrair o público durante a montagem do palco, era uma forma de não deixar o frio contagiar os foliões. Ao entrar com “Não Para”, Anitta colocou boa parte do público para dançar – mesmo causando algum estranhamento entre pessoas mais velhas. Ela cantou os principais sucessos da carreira, deixou uma parte da apresentação para rebolar ao som de MCs como G15 e encerrou, é claro, com “Show das Poderosas”. O único ponto estranho foi o uso excessivo de auto-tune, que deixou a voz dela meio “robótica” em alguns momentos – talvez ela estivesse gripada e não pudesse forçar muito a voz.
Crédito: Gabriela Amâncio
Assim que acabou o show, fui atrás de uma sobremesa. Acabei parando na barraquinha de churros, onde o atendente foi atencioso e mesmo com a fila caprichou no pedido – além de cobrar R$ 5, um preço bem justo. Para comprar água tive alguma dificuldade, já que poucos locais aceitavam cartão – o que complicou um pouco a minha situação, pois não gosto de andar com muito dinheiro no bolso. Felizmente consegui a minha garrafa de água e fui acompanhar o show do Luan Santana em um morro próximo ao palco – que estava numa posição boa mesmo para quem quisesse ver a apresentação sentado ou mais distante.
Confesso que, dos shows da noite, era o que eu tinha menos expectativa. Mas tive uma grande surpresa. Com boa presença de palco e muita animação, logo percebi que esse era o show mais esperado para a maioria do público do festival. Para cativar o público ele usou de grande infraestrutura, com direito a fogos de artifício e até um guindaste onde ele ficou mais de 10 metros acima do chão. Mas também proporcionou momentos intimistas, como quando chamou uma fã no palco para um jantar ao som da música “Cantada”. Com o termômetro marcando 9ºC, foi um show para dançar com “E Essa Boca Aí?” e “Acordando o Prédio”, e ficar abraçado em “Dia, Lugar e Hora” e “Escreve Aí”.
Crédito: Gabriela Amâncio
Pouco antes de acabar o show voltei para a van no local combinado. Enquanto esperamos os últimos passageiros chegarem, aproveitei o wi-fi do ônibus para fazer o upload das fotos e Stories no Instagram. Alguns minutos depois, seguimos viagem. Após aproveitar muito, chegou a hora de descansar, e eu dormi até a pausa em Alfredo Wagner. Como muitos pediram para permanecer no ônibus, o motorista (felizmente) concordou e eu pude dormir novamente até próximo à entrada de Florianópolis. Uma viagem tranquila e confortável para chegar bem novamente em casa.
No mesmo dia, conversei com um amigo sobre a experiência na Festa do Pinhão. Ele, que já havia ido em 2016, detesta frio – tanto que sempre reclama quando chega o inverno. Entretanto, lamentou não ter ido novamente à festa. Era a confirmação que eu precisava para recomendar a Festa do Pinhão também para os que não gostam do frio – afinal, sempre tem aquele quentão pra esquentar.
Gabriel Lima
gabrielduwe@gmail.com