Onqotô:
A perplexidade e a pequeneza do Homem diante da vastidão do Universo é o tema central do espetáculo Onqotô, balé que, em 2005, marcou as comemorações dos 30 anos de atividade do Grupo Corpo. “Onde que eu estou?”, “Para onde que eu vou?”, “Quem que eu sou?”; ou, em mineirês castiço, “Onqotô?”, “Pronqovô”, “Qemqosô?”. É a partir dessas perguntas que Rodrigo Pederneiras realiza performances repletas de verticalidade e horizontalidade, caos e ordenação, brusquidez e brandura, volume e escassez, que se contrapõem sob a trilha sonora criada por Caetano Veloso e José Miguel Wisnik, elaborada em tom bem-humorado para discutir essa tal de “paternidade” do Universo. A peça tem figurino de Freusa Zechmeister e iluminação de Paulo Pederneiras.
Parabelo:
A inspiração sertaneja da trilha composta por Tom Zé e José Miguel Wisnik para Parabelo, de 1997, permitiram ao coreógrafo do Rodrigo Perderneiras, do Grupo Corpo, dar vida àquela que ele mesmo define como a “a mais brasileira e regional” de suas criações. De cantos de trabalho e devoção, da memória cadenciada do baião e de um exuberante e onipresente emaranhado de pontos e contrapontos rítmicos, as performances emergem uma escritura coreográfica que esbanja jogo de cintura e marcação de pé.